A presidente Dilma Rousseff vinha perdendo popularidade no Paraná desde 2013.| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Após um início de segundo mandato turbulento, a popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) entre os paranaenses caiu 22 pontos porcentuais entre dezembro de 2014 e fevereiro deste ano. Segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, encomendado pela Gazeta do Povo, 82% dos eleitores do estado desaprovam a gestão Dilma. Além disso, 51% das pessoas que votaram nela no segundo turno das eleições de 2014 não repetiriam seu voto hoje, de acordo com a pesquisa.

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Confira também como está a popularidade do governador Beto Richa no estado

A impopularidade da presidente no Paraná está ligeiramente acima da do governador Beto Richa (PSDB), seu adversário político – pesquisa publicada pela Gazeta na última terça-feira (3) mostrou o governador com 76% de desaprovação. A natureza da queda, entretanto, é diferente. Se Richa caiu de uma alta aprovação em questão de dois meses, Dilma já vinha perdendo popularidade desde 2013.

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Falhas de comunicação e crise econômica afetam popularidade da presidente

As medidas impopulares, o contexto socioeconômico, o contraste entre a situação econômica real e a apresentada na campanha e o “sumiço” da presidente Dilma Rousseff (PT) são alguns fatores que podem explicar a forte queda de popularidade entre os paranaenses. Além disso, ela também sofre com um desgaste da classe política.

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Em dezembro de 2012, a petista ainda vivia uma espécie de lua de mel com o eleitor do estado, com 72% de aprovação. Oito meses depois, em agosto de 2013, esse índice caiu para 41% – e trouxe, consequentemente, uma desaprovação de 55%. Após uma ligeira recuperação, esse índice voltou a cair em dezembro de 2013. No final de 2014, a desaprovação estava em 60% – e a aprovação em 35%.

Esses índices refletem o desempenho eleitoral da presidente no estado. Apesar da vitória no resto do país, a petista conseguiu apenas 39% dos votos válidos dos eleitores paranaenses no segundo turno, contra 61% do adversário Aécio Neves (PSDB). No primeiro turno, ela fez 32%.

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Início de mandato

Desde o fim do 1.º mandato, Dilma tem tomado medidas impopulares em um processo de ajuste fiscal. Muitas das medidas, como a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e a alteração nas regras do seguro-desemprego, desagradaram justamente seu eleitor cativo. Outras, como o aumento de tributos (Cide e o PIS/Cofins) e o veto às correções na tabela do Imposto de Renda, tiveram rejeição mais ampla.

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Além das medidas de austeridade, o efeito da Operação Lava Jato não pode ser desconsiderado. A operação já estava em curso durante as eleições, mas ganhou força no final de 2014. Apesar de não haver indícios de envolvimento direto de Dilma com as supostas irregularidades na Petrobras, as denúncias atingem seu partido, o PT, e aliados políticos. Além disso, ela presidia o Conselho de Administração da estatal em parte do período em que as irregularidades teriam ocorrido.

Por fim, a pesquisa foi feita com a greve dos caminhoneiros já em andamento, o que pode ter influenciado na desaprovação do governo – uma vez que a categoria protesta principalmente contra medidas tomadas pelo governo federal.

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 27 de fevereiro, em 64 municípios do estado. No total, 1.541 pessoas, maiores de 16 anos, foram entrevistadas. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95%.