O policial civil aposentado Manoel Aurélio Lopes, de 77 anos, admitiu ontem, em audiência pública da Comissão Nacional da Verdade, em São Paulo, ter presenciado cenas de tortura de presos políticos nas dependências do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), nos anos da ditadura militar. Ele atuou naquela instituição entre 1969 e 1972. Depois foi transferido para o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Informações de Defesa Interna (DOI-Codi), vinculado ao 2.º Exército, onde voltou a presenciar torturas, segundo seu depoimento.
Esta foi a segunda vez que um agente de Estado admite perante a Comissão da Verdade, em audiência pública, a existência de tortura nas instituições policiais e militares naquele período. O primeiro foi o policial militar Valter Jacarandá, que prestou depoimento no Rio, em agosto do ano passado. Lopes era escrivão. Ele negou ter participado de interrogatórios nos quais os presos eram torturados.
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