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A Polícia Militar deteve, nesta quinta-feira, um adolescente de 17 anos que confessou ter feito o disparo que matou na noite de quarta a socialite Ana Cristina Vasconcellos Gianini Johannpeter , de 58 anos, ex-mulher do vice-presidente da Gerdau (um dos 15 maiores grupos de siderurgia do mundo e o maior fabricante de aço do país). O adolescente ainda está na delegacia. A Polícia Civil, no entanto, suspeita que ele tenha assumido a autoria do crime para encobrir um irmão maior de idade, que seria o verdadeiro assassino e está sendo procurado pela polícia. A filha de Ana Cristina, Manoela, de 21 anos, que estava com a vítima na hora do crime, disse não ter condições de reconhecer o ladrão do crime ao depor na delegacia.

O delegado titular da 14ª DP (Leblon), Alberto Lage, deve enviar ainda nesta sexta o carro de Ana Cristina para concessionária autorizada na intenção de encontrar o projétil. Para isso, o painel será desmontado. A princípio, a filha caçula de Ana Cristina não irá nesta sexta-feira à Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) para ajudar na confecção do retrato-falado do homem que matou sua mãe. Segundo o advogado da família João Bittencourt, Manoela está passando mal e não tem condições psicológicas de comparecer a delegacia.

A detenção do adolescente pela Polícia Militar foi criticada pelo chefe de Polícia Civil, Ricardo Hallak. Ele afirmou que a PM não faz investigação e sim policiamento ostensivo e, por isso, não poderia emitir opinião sobre um crime. Já o subchefe de Polícia Civil, José Renato Torres, criticou o Estatuto da Criança e do Adolescente, afirmando que, caso a autoria da morte seja confirmada, o adolescente ficará internado numa medida sócio educativa por um prazo máximo de três anos.

Para especialistas, o combate ao tráfico é priorizado e os crimes nas ruas são menosprezados. O cientista social Geraldo Tadeu Monetiro disse que falta estratégia para combater o crime comum, o que banaliza a violência. Ana Cristina foi baleada na cabeça, quando tirava o relógio para entregar aos bandidos. O assassino teria ficado nervoso e disparado o tiro. Havia a suspeita de que os bandidos fizessem parte de uma gangue especializada em roubar com bicicletas, mas o subchefe de Polícia Civil negou a informação, em entrevista à TV Globo.

O crime chocou moradores do Leblon. Para a presidente da Câmara Comunitária do Leblon, Evelyn Rosenzweig, a morte da socialite foi definida como uma tragédia anunciada. Segundo Evelyn, o número de policiais é insuficiente para inibir a ação de bandidos no bairro, que sofre com a violência. Chocado com o crime, o autor da novela "Laços de família", Manoel Carlos, fará uma referência ao assasinato na trama.

De janeiro a setembro deste ano ocorreu um aumento de cerca de 37% no número de assaltos a transeuntes no Leblon, em relação ao mesmo período do ano passado.

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