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Novas denúncias podem complicar a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que teve o pedido de cassação de mandato apresentado nesta semana no Conselho de Ética. As denúncias - publicadas pelas revistas "Veja" e "Época" deste fim de semana - envolvem cobrança de propina, desvio de dinheiro público e chantagem.

De acordo com o advogado Bruno Brito Lins, afilhado de casamento de Renan, o empresário Luiz Garcia Coelho, seu ex-sogro, montou um esquema de arrecadação de dinheiro para o presidente do Senado em ministérios chefiados por pessoas indicadas pelo PMDB, como a Previdência Social e a Saúde. A denúncia de Bruno Brito, feita no ano passado em depoimento à Polícia Civil de Brasília, está sendo investigada pela Polícia Federal (PF).

De acordo com a "Veja", Renan - acusado de ter as despesas pessoais pelo lobista Claudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior - seria também sócio oculto do lobista Luiz Garcia Coelho.

"Os dois armaram um golpe milionário contra o fundo de pensão dos Correios, o Postalis. O lucro da operação seria repartido entre ambos", diz um trecho da reportagem.

Em entrevista à "Época", Bruno Brito contou que, em algumas ocasiões, foi pessoalmente buscar sacolas de dinheiro da suposta propina que eram entregues a políticos e funcionários do governo. Uma delas teria R$ 3 milhões.

Segundo ele, bancos que receberam a autorização do INSS para operar crédito consignado pagaram, entre o final de 2004 e março de 2005, propinas para Renan e outros políticos do PMDB.Renan diz que não partirá dele iniciativa de recorrer contra o voto aberto

Voto secreto

Ao chegar ao Congresso na manhã de sexta-feira, Renan disse que não partirá dele a iniciativa de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o voto aberto do relatório que pede sua cassação no Conselho de Ética. Renan deixou aberta, no entanto, a possibilidade de seus aliados tomarem a iniciativa, como indicaram na quinta-feira os senadores Gilvam Borges (PMDB-AL) e Almeida Lima (PMDB-SE).

- Eu não vou mexer com isso não. Eu não - disse Renan, que na quinta-feira pediu apoio ao presidente Lula para conquistar mais votos no Conselho .

Depois de se encontrar com Renan, o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse que a decisão do colegiado de votar o relatório que pede a cassação de Renan de forma aberta fere a Constituição, admitindo também que os aliados de Renan devem recorrer ao STF. O Conselho decidiu, por dez votos a cinco, que a votação do relatório, que deve ocorrer na próxima quarta-feira, será aberta.

- É claro e cristalino que este é um princípio constitucional. Em caso de perda de mandato, o voto tem que ser voto fechado. Tenho a impressão de que o princípio constitucional está ferido - afirmou.

Caso Schincariol

Sobre o segundo processo a que responde no Conselho, Renan tem até a próxima terça-feira para apresentar sua defesa ao relator. Aberto com base em representação do PSOL, o processo investiga se Renan beneficiou a cervejaria Schincariol no INSS depois que a empresa comprou uma fábrica supostamente superfaturada do deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan.O relator, senador João Pedro (PT-AM), disse que aguarda o pronunciamento de Renan para definir a agenda de trabalho.

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