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O agora ex-vice-presidente José Alencar disse que irá retomar o tratamento contra o câncer de abdômen, interrompido devido a complicações médicas, no próximo dia 3. Em entrevista coletiva na qual batizou de "cerimônia de despedida", Alencar reconheceu que pretende se submeter a todos os riscos colaterais para combater a doença, contra a qual trava uma batalha há mais de 13 anos. Ele está internado desde o dia 22 no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Durante entrevista, Alencar vestia terno preto e gravata amarela trajes que, segundo ele, usaria no evento da posse da presidente eleita Dilma Rousseff, que ocorre agora à tarde em Brasília. Segundo ele, foi a contragosto que não pode participar da posse.

Hoje, a equipe de médicos que cuida do ex-vice-presidente avaliou o estado de saúde dele para avaliar sua participação na solenidade. Alencar estava disposto a comparecer, mas acatou a recomendação de médicos e familiares. "Eles acharam uma temeridade", contou. "Eu chegaria lá em uma cadeira de rodas", disse.

Alencar acrescentou que a presidente Dilma Rousseff havia se comprometido, caso ele fosse à solenidade, a empurrar, ela própria, a cadeira de rodas no trajeto entre a rampa do Palácio do Planalto e o veículo em que seria transportado. "Eu não consigo dar nem um passo. Eu não paro em pé", afirmou Alencar. Ele admitiu ainda que o tratamento a que está sendo submetido o deixou muito cansado. "Não é brincadeira. A cirurgia e os medicamentos fortes me exauriram."

O ex-vice-presidente ressaltou que gostaria de participar da festa da posse de Dilma porque julga que é um dever, devido à posição de seu cargo. Tanto que ele disse que um pedido de desculpas e agradecimentos pela atenção e amizade serão as primeiras palavras que dirá ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sábado, quando o petista deverá visitá-lo.

Futuro

Ele ressaltou que não teme os riscos que a viagem poderia causar a sua saúde. "Nunca tive muitas preocupações. Até porque se fosse assim, eu não teria nem saído de casa", brincou. "Eu não tenho medo da morte. Se Deus quiser que eu morra, ele não precisa de câncer para isso."

Alencar também brincou sobre seu futuro. "Uma das coisas que eu gostaria era ser presidente da República, mas agora estou com 79 anos. Em 2014, eu terei 83 anos. O máximo que posso querer é disputar umas três ou quatro eleições, mas para o Legislativo", disse.

Ele avaliou o governo Lula "como o maior de todos os tempos e em todos os sentidos". "Foi um governo que vai deixar muita saudade. Lula nunca admitiu qualquer coisa que ferisse os termos da Constituição."

O ex-vice-presidente disse ainda que a Dilma Rousseff representa "a segurança absoluta de continuidade de coisas importantes para o Brasil", como, por exemplo, "continuidade do crescimento, continuidade da distribuição de renda para as famílias e crescimento com sensibilidade social".

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