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Edward James Olmos, Ridley Scott, Daryl Hannah e Rutger Hauer, na exibição de "Blade Runner: a versão final", em Veneza | AFP/Gazeta do Povo
Edward James Olmos, Ridley Scott, Daryl Hannah e Rutger Hauer, na exibição de "Blade Runner: a versão final", em Veneza| Foto: AFP/Gazeta do Povo

A tropa de choque de Renan Calheiros (PMDB-AL) desistiu de novas manobras protelatórias, e o presidente do Senado mandou avisar aos relatores e ao presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que agora quer agilizar seu processo por quebra de decoro , para que a votação em plenário aconteça o mais rapidamente possível. Nesta segunda-feira, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) anunciou que encaminharia recurso à Comissão de Constituição e Justiça contra a votação aberta no Conselho, prevista para esta quarta-feira. Mas, informado de que não teria efeito suspensivo e que a votação aconteceria de qualquer jeito, desistiu.

- Eu não tinha como parar o processo, vamos viver mais um pouco essa via crucis que está acontecendo - disse Wellington Salgado.

A previsão é que o parecer pela perda de mandato, dos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), seja aprovado por dez votos contra cinco. Na segunda-feira, Renan não apareceu no Senado. Ele prepara com o advogado Eduardo Ferrão um memorial para rebater a acusação.

Mesmo sofrendo pressão, corregedor investigará nova denúncia

O corregedor Romeu Tuma (DEM-SP), que viajaria para a Áustria e seria um voto a menos contra Renan, desistiu. Anunciou que abrirá novas investigações sobre Renan e o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), em função das denúncias publicadas no fim de semana. Tuma disse que Jucá deve explicações sobre o depoimento do advogado Bruno de Miranda Lins, divulgado pelas revistas "Época" e "Veja". O PSOL e o DEM também já preparam mais uma investida contra o senador alagoano no Conselho de Ética.

Juntamente com Renan, Jucá foi acusado por Lins de integrar um esquema de corrupção no Ministério da Previdência e no INSS que favoreceria os dois peemedebistas.

Jucá disse nesta segunda-feira que não conhece o advogado Bruno Lins. Alega que, em sua gestão no Ministério da Previdência, o BMG já operava com crédito consignado - segundo a denúncia Jucá, Renan e outros integrantes do PMDB teriam favorecido o BMG com o programa lançado pelo governo Lula.

Em nota, Renan negou participação no esquema e classificou as reportagens de "requentadas". Já o senador Jucá esteve no Senado nesta segunda mas não respondeu às acusações.

PSOL vai esperar votação para entrar com nova representação

O senador José Nery (PSOL-PA) disse que não pretende enviar a nova representação agora, para não tumultuar a votação do relatório do processo que investiga se Renan usou dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, para pagar contas pessoais com a jornalista Mônica Veloso, com quem uma filha. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) afirmou que seu partido também pode entrar com uma representação no Conselho, caso o PSOL não o faça.

A idéia de José Nery é esperar a votação do relatório contra Renan, prevista para quarta-feira, e depois tentar incluir a nova investigação no processo que vai investigar a suspeita de que Renan teria beneficiado a Schincariol, que comprou uma cervejaria de sua família. O relator do caso Schincariol, no entanto, senador João Pedro (PT-AM), já avisou que não aceita juntar as duas denúncias porque são casos diferentes.

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