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Indicado para vice do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, o senador tucano Alvaro Dias (PR) afirmou na tarde desta terça-feira (29) que não pensa em retirar seu nome para pacificar a aliança entre DEM e PSDB, estremecida pelo impasse em torno da escolha do companheiro de chapa de Serra.

Dias acompanhou de Brasília os desdobramentos das negociações, que ocorrem em São Paulo, entre democratas e tucanos. "Quem recebe uma convocação dessas não pensa em desistir. Minha missão é de atender a convocação", disse o senador tucano. "Missão é para ser cumprida, independentemente de qual seja", afirmou.

O senador passou o dia isolado em seu gabinete. Por telefone, ele buscou se informar das tratativas na capital paulista. Dias disse não acreditar que a dificuldade de consenso entre tucanos e democratas vá atrapalhar a aliança em torno de Serra e até prejudicar o desempenho do projeto tucano na disputa pelo Palácio do Planalto.

"Isso passa rápido. Não vai haver sequela. É uma crise que não é duradoura, se esgota na convenção do DEM, que acontece amanhã [quarta, 30]", analisou o tucano.

A decisão do PSDB de indicar Dias para vice de Serra foi divulgada no microblog Twitter pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, na última sexta-feira (25), durante o jogo entre Brasil e Portugal , pela Copa do Mundo.

Os líderes do DEM, que reivindicam o posto de vice, disseram ter sido apanhados de surpresa e iniciaram as estratégias para tentar reverter a decisão dos tucanos. A crise se instalou na aliança entre as duas siglas diante da resistência do PSDB em entregar o posto aos democratas.

Em São Paulo, democratas e tucanos deixaram o encontro – marcado para tentar dar um fim ao impasse – sem definições. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) afirmaram que a reunião não chegou a um consenso e novo encontro deve ser realizado ainda nesta terça. "Estou otimista, a conversa começou ontem, continuou hoje e vai continuar", disse Guerra.

Nova reunião em Brasília

O líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), disse que a reunião entre os dois partidos deverá ser retomada em Brasília, onde o partido realizará sua convenção nacional nesta quarta-feira (30). A decisão dos aliados em torno do vice precisa ser conhecida em menos de 24 horas, já que nesta quarta se encerra o prazo para que os partidos realizem convenções e definam seus candidatos.

O encontro no Hotel Emiliano, em São Paulo, contou com o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), o ex-senador Jorge Bornhausen (DEM-SC) e o senador José Agripino (DEM-RN). Além dos tucanos FHC e Guerra, estiveram no encontro o candidato ao senado Aluysio Nunes Ferreira (PSDB), o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) e o deputado João Almeida (BA), líder do PSDB na Câmara dos Deputados.

Para Maia, o principal a ser defendido é a tese de que o partido é maior que os nomes. "Acreditamos que o DEM deve indicar porque gera unidade", afirmou. Ele afirma que vai trabalhar "no limite" do partido para que a aliança seja concretizada. Para isso, disse que vai esgotar todo o diálogo para que a sigla, na convenção, possa aprovar a aliança. "O casamento está em crise, mas todo casamento em crise precisa de maturidade."

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