José Guimarães (PT - CE) discursa no plenário da Câmara| Foto: Divulgação/Alex Ferreira / Câmara dos Deputados/

Os cinco deputados petistas que ocuparam a tribuna da Câmara dos Deputados na tarde desta sexta-feira (15), primeiro dia de análise do processo de impeachment de Dilma Rousseff, usaram toda a hora regimentalmente prevista ao partido para defender o mandato da presidente.

CARREGANDO :)

Eles apostaram em discursos focados em rebater os argumentos do pedido de afastamento da presidente. Aproveitaram para exaltar as conquistas do governo Dilma, lembrando, inclusive, da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Câmara faz sessão para votar impeachment e protestos se espalham pelo país; acompanhe

Publicidade

Confira o placar do Impeachment, com a intenção de voto dos deputados

Leia a matéria completa
Veja também
  • Governo aposta agora em abstenção para evitar derrota na Câmara
  • Rossoni desiste de voltar à Câmara para que deputado preso não atrapalhe impeachment
  • PM apreende armas brancas com manifestantes na Esplanada
  • Cunha nega pedido de AGU para a presidente Dilma apresentar nova defesa

“Evidente que não teve crime de responsabilidade. Tem uma postura deliberada da chapa Michel-Cunha para liderar o que eles chamam de eleição. As pesquisas de opinião mostram que a maioria do povo defende a democracia”, afirmou o líder do partido na Casa, Afonso Florence (BA), que abriu e encerrou a participação do PT.

Cada partido tem uma hora para se manifestar nesta sexta a respeito do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara. Cinco representantes de cada legenda podem usar a palavra. A primeira sigla a tomar a tribuna nesta manhã foi o PMDB. O PT foi a segunda.

Ex-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP) adotou um tom mais técnico para negar os crimes de responsabilidade. Encerrou seu discurso, contudo, afirmando que o PT lutará “até o último momento”, chamando o impeachment de uma atitude “oportunista”.

Publicidade

Também de São Paulo, o deputado João Daniel mencionou os militantes do partido mortos e parabenizou “lutadores e lutadoras pela democracia do país”. Vinculou o impeachment à insatisfação da oposição com a derrota nas eleições e falou ainda em classe social.

“Podemos continuar com programas que levaram ao Brasil inteiro, a exemplo do programa Bolsa Família, Luz para Todos. Só não é importante para aqueles que não passaram por isso”.

Benedita da Silva (RJ) também subiu à tribuna e defendeu que “a dignidade bateu à porta do pobre” devido aos programas criados nos governos petistas. “É por isso que eles estão nas ruas”. Ao criticar os que chamou de “golpistas”, a deputada questionou: “Será que a democracia que querem colocar nesse país começa não respeitando 54 milhões de votos vai merecer credibilidade?”.

Citado por petistas ao longo dos discursos, o relator do processo da petista na comissão do impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), disse ter sido indicado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e reiterou que seu nome não foi rejeitado por nenhum membro do colegiado, inclusive petistas.

A indicação de Jovair, aliado de Cunha, foi articulada entre o grupo pró-impeachment e acatada pelos governistas que, conscientes da fragilidade e da impossibilidade de conseguir emplacar um nome de preferência, decidiu apoiar a indicação com esperanças de que Arantes pudesse fazer um relatório favorável ao governo.

Publicidade

O parecer de Jovair, aprovado na comissão, foi pelo impeachment de Dilma. “O meu trabalho foi feito e continuará sendo feito até o último momento dentro da técnica legislativa, da questão jurídica, do direito de resposta, do direito de defesa. Eu usei exatamente o que determinou o STF”, respondeu.