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Seis horas e cinqüenta minutos. Foi esse o tempo total gasto pelos vereadores de Curitiba nas sessões deliberativas nesta semana. Em média, o vereadores não chegaram a usar mais de duas horas de trabalho por dia no plenário – normalmente, a Câmara tem três sessões deliberativas por semana, as quais têm três horas de duração prevista por dia. A sessão de segunda-feira, que começou às 9 horas, terminou por volta das 11h15. Na terça-feira, o trabalho foi ainda mais rápido. Em uma hora e 40 minutos, os vereadores deliberaram sobre os 15 projetos que estavam na pauta do dia para discussão.

A sessão de quarta-feira foi a única exceção na semana de reuniões relâmpago no plenário da Câmara de Curitiba. Durou duas horas e 55 minutos, mas a maior parte do tempo foi dedicado à posse do vereador Élcio Pereira (PPS) que passa a ocupar a vaga de Tico Kuzma (PSB), cassado pelo TRE por infidelidade partidária. Para votação e análise de projetos, foram dedicados os 30 minutos finais dos trabalhos em plenário, sendo a maior parte do tempo para a votação do crédito adicional de R$ 1,8 milhão requisitado pela prefeitura.

Pela reeleição

A explicação para o fenômeno das sessões relâmpagos na Câmara de Curitiba tem um nome: campanha eleitoral. Com 33 dos 38vereadores candidatos à reeleição, o ritmo de trabalho na Câmara está mais lento neste semestre legislativo. Pera evitar que os trabalhos simplesmente parassem nesse período, desde o ano 2000, as sessões deliberativas passam para o período da manhã 90 dias antes da eleição. "Com essa mudança, é possível aproveitar melhor o dia. Os vereadores vêm pela manhã e depois da sessão cada um segue para cuidar da sua vida", explica o presidente da Casa, o vereador João Cláudio Derosso (PSDB).

Na pressa para cuidarem de suas vidas, os vereadores têm usado cada vez menos o espaço para discurso dentro do plenário. Na sessão de quarta-feira, o grande-expediente foi utilizado por apenas um vereador e na discussão do crédito extraordinário para a prefeitura, só seis vereadores se manifestaram. "Algumas questões, se fossem em outra época, levariam horas em discussão. Mas nessa época, a maioria tem pressa para seguir com seus trabalhos fora do Plenário. Ninguém usa o grande-expediente, nem o espaço para suas justificativas pessoais" , comenta o vereador Paulo Salamuni (PV).

Derosso não vê problema nesse clima mais objetivo entre os vereadores. "Eu sou uma pessoa muito objetiva. E acho que em várias sessões se passa horas em discussões que não são muito produtivas", diz Derosso, que destaca que o trabalho dos vereadores acontecem também fora do Plenário. "A discussão dos projetos acontecem mesmo dentro das comissões, e essas continuaram a trabalhar normalmente", afirma. O horário das reuniões das comissões foi alterado devido ao processo eleitoral. Elas passaram para a manhã, e ocorrem depois das sessões.

A presença dos vereadores nessas reuniões não é divulgada na internet. Apenas uma lista com a porcentagem da presença dos veradores nas sessões da semana é apresentada pela Câmara Municipal em seu site. No levantamento, a assiduidade dos vereadores nas sessões parece ser alta. Na semana passada, 28 dos 38 vereadores tiveram 100% de presença.

Isso não significa, no entanto, que esses 28 permaneceram durante todo o período da sessão no plenário. Na reunião de quarta-feira, por exemplo, dos 30 vereadores que estavam presentes no início dos trabalhos, apenas 23 ficaram até o final, mesmo assim, os 30 receberam presença.

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