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"Houve sim uma melhoria, mas isso não significa que a lei esteja sendo cumprida integralmente, uma vez que a população tem o direito de saber todos os detalhes financeiros das contas públicas." Anderson Furlan, presidente da Apajufe | Fábio Dias/Gazeta Maringá
"Houve sim uma melhoria, mas isso não significa que a lei esteja sendo cumprida integralmente, uma vez que a população tem o direito de saber todos os detalhes financeiros das contas públicas." Anderson Furlan, presidente da Apajufe| Foto: Fábio Dias/Gazeta Maringá

"Só não quer transparência quem se aproveita da falta dela para se beneficiar." O juiz Anderson Furlan, presidente da Apajufe e um dos idealizadores da Lei da Transparência, se vale dessa afirmação para ressaltar que os órgãos públicos paranaenses ainda têm de melhorar para se adequar à nova legislação.

Para ele, a principal falha das instituições diz respeito à não divulgação de extratos de contas correntes e cartões corporativos e de cópias dos documentos apresentados pelos agentes públicos para solicitar reembolso de despesas. "Houve sim uma melhoria, mas isso não significa que a lei esteja sendo cumprida integralmente, uma vez que a população tem o direito de saber todos os detalhes financeiros das contas públicas", afirma. "Essas falhas devem servir de alerta para que a sociedade civil continue vigilante e mobilizada para cobrar de seus gestores a prestação de contas sobre os destinos dos valores arrecadados com impostos."

Caminho longo

As ponderações de Fur­­lan são reforçadas pe­­­lo outro idealizador da lei, o presidente da OAB-PR, José Lúcio Glomb. Na visão dele, a melhoria na transparência pública estadual foi "significativa e notória". "No curto prazo, os benefícios trazidos pela lei permitem a cobrança em cima dos gestores, sob a consequência de eles serem penalizados", comemora.

Glomb alerta, porém, para a importância de, no longo prazo, a noção de cidadania ser transmitida a todos, desde a escola até os acontecimentos do dia a dia, para reforçar a cobrança sobre o poder público. "A transparência ideal depende de um pouco mais de aperfeiçoamento, que só virá com o tempo e com a participação efetiva de toda a sociedade", defende.

Entre novas ações nesse sentido, o presidente da OAB-PR cita o projeto apresentado nesta semana na Assembleia Legis­­­lativa que estende a Lei da Trans­­­parência para todos os municípios do Paraná. Pela proposta dos deputados Valdir Rossoni (PSDB) e Plauto Miró (DEM), prefeituras, Câmaras de Verea­­dores e empresas públicas municipais também passariam a ser obrigadas a se adequar à lei, a partir de 1.º de janeiro do ano que vem.

"Não podemos esquecer que, segundo a Controladoria-Geral da União, mais de 95% dos municípios apresentam indícios de desvio de verbas publicas", endossa Furlan.

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