• Carregando...

O deputado estadual Antonio Belinati (PP) foi comedido na terça-feira (28), ao comentar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de impugnar sua candidatura. Disse apenas que "confia na Justiça", em nota enviada pela assessoria de imprensa do partido. Já o deputado tucano Luiz Carlos Hauly, que disputou com Belinati o segundo turno da eleição em Londrina (Norte do Paraná), mostrou-se surpreso com a decisão, mas adotou a cautela. "Não gostaria de falar sobre hipótese", apontou.

O vereador Marcelo Belinati (PP), sobrinho de Belinati, disse que falou "rapidamente" com o deputado estadual terça-feira à noite. "Ele é daquele jeito, para ele está tudo bem, está tudo bom. O Belinati não se abala com nada", declarou o vereador. Marcelo Belinati demonstrou indignação com a decisão do TSE. "Eu estranho porque faz dez anos que o TSE julga o mesmo assunto de uma maneira, inclusive nesta eleição de 2008. Julgou inúmeros casos iguais de uma maneira e julgou só o Belinati de outra. Eu gostaria de entender isso", criticou.

O advogado Eduardo Franco, que defende Belinati, afirmou que falou com o deputado estadual ainda durante o julgamento ("ele estava com a TV ligada"). Franco afirmou que vai recorrer da decisão. É o prenúncio de uma guerra jurídica. "Vamos começar por embargos de declaração para o próprio TSE. Depois direcionaremos o recurso para o STF, com um recurso extraordinário para que o TSE garanta a institucionalidade de um dos principais princípios que é a segurança jurídica", adiantou o advogado. "Não dá para alterar as regras do jogo no meio do jogo. Estão querendo mudar o resultado no tapetão e isso é coisa que o STF não vai permitir", completou.

Surpresa

"É uma surpresa danada, de deixar todo mundo doido. É melhor a gente usar de cautela", disse ao JL, por telefone, o deputado Luiz Carlos Hauly, logo após saber da decisão do TSE. O tucano ponderou que a situação ainda pode ser revertida pela própria Justiça. "O Belinati vai recorrer. Ele vai até o STF [Supremo Tribunal Federal]".

Ainda na terça-feira, antes da decisão do TSE, Hauly havia retomado o trabalho em Brasília, inclusive com discurso de volta à Câmara Federal. "Agora vem uma notícia dessa. Então é muita instabilidade, o Judiciário deveria ter mais respeito", disse também à noite, em entrevista à rádio Paiquerê AM. Logo após a apuração dos votos do segundo turno, o tucano havia criticado duramente o TSE, por não ter julgado o caso Belinati antes das eleições, e defendeu a posse do adversário. "Agora estou aqui, a gente não sabe o que vai acontecer, qual a extensão dessa decisão."

Sobre a hipótese de ter de disputar uma nova eleição, Hauly desabafou. "Vou te falar, nós já cansamos de todos os combates, nossas forças, de andar, caminhar, debater, as forças de todos os sentidos, até forças financeiras. Choramos o que tinha para chorar, já pacificamos", disse. "Então realmente é difícil, fazer política no Brasil é difícil."

Barros prevê guerra jurídica

O deputado federal Ricardo Barros, presidente estadual do PP, disse estar "tranqüilo" com a decisão do TSE e que o partido vai iniciar uma batalha jurídica para reverter a impugnação. Barros criticou o ministro Ayres Brito, que no sábado, quando a votação estava 2 a 0 a favor da liberação de Belinati, pediu vistas no processo. O voto de Ayres Brito iniciou a virada que impugnou a candidatura de Belinati, anulando a vitória dele no domingo. "Acho que de novo o Ayres Brito vai tomar um puxão de orelhas do STF", disparou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]