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Olho vivo

Renovação 1

Após os escândalos que abalaram a Câmara Municipal de Curitiba nos últimos meses, quantos dos atuais 38 vereadores seriam reeleitos? Até que ponto os eleitores estão dispostos a se "vingar" dos que, respingados pelas denúncias, se aventurarem a concorrer outra vez? Em condições "normais", a renovação na Câmara girava em torno de 40% – isto é, 60% dos vereadores conseguiam sempre que os eleitores os reconduzissem.

Renovação 2

No pleito de 2012, no entanto, a expectativa é de que o quadro se inverta e que apenas 14 ou 15 voltem a ocupar suas cadeiras. A perspectiva de uma renovação mais ampla decorre, para começar, pelo fato de que vários vereadores nem sequer se candidatarão. Exemplo maior é o ex-presidente João Cláudio Derosso que, desfiliado do PSDB, não mais reúne requisitos legais para se inscrever como candidato.

Renovação 3

Outros já se revelam cartas fora do baralho por julgarem ter perdido condições políticas para pedir votos outra vez. E há ainda um pequeno grupo que nem ao menos tem vontade de permanecer na Casa. Um deles é o vereador Caíque Ferrante (PRP), que, embora tenha saído totalmente ileso do ventilador que enlameou a Câmara, decidiu não buscar a reeleição porque foi vencido pela decepção que lhe causou o ambiente que frequentou nos últimos quatro anos.

Primeira notícia oficial:

No dia 28 de abril de 2011 – isto é, há 14 meses, o governador Beto Richa anunciou a criação do Batalhão de Fronteira da Polícia Militar. Quinhentos policiais concursados no governo anterior seriam incorporados à nova unidade para dar combate à criminalidade em 19 municípios da região Oeste do estado, nas fronteiras com o Paraguai e a Argentina. Previa que o novo batalhão seria ativado até o fim daquele ano.

Segunda notícia oficial:

Em 28 de agosto de 2011 (quatro meses depois do primeiro anúncio), Beto Richa informava que "até o final do ano" seriam concluídos os procedimentos para a contratação dos 500 policiais concursados para integrar o batalhão.

Terceira notícia oficial:

Em 30 de dezembro de 2011, isto é, no apagar das luzes do prazo para a implantação da unidade, o governador ainda mantinha apenas como previsão a contratação de 500 novos PMs para "ativar o Batalhão de Fronteira".

Quarta notícia oficial:

Em 4 de maio de 2012, Beto Richa foi a Marechal Cândido Rondon para receber da prefeitura local a documentação de um terreno a ser ocupado pela futuro quartel (a ser construído) do Batalhão de Fronteira.

Quinta notícia oficial:

Na quarta-feira passada, 6 de junho de 2012, Beto Richa, em solenidade no Palácio Iguaçu, enfim assinou o decreto de criação do Batalhão de Fronteira, confirmando sua localização em Marechal Cândido Rondon. Seu efetivo será dos mesmos 500 homens inicialmente previstos, mas sua abrangência foi ampliada de 19 para um "cinturão de 139 municípios". Não foi informada a data em que a nova unidade da PM começará a operar e nem se falou da construção do quartel.

As notícias podem ser acessadas no site da Agência Estadual de Notícias (AEN), que divulga os atos do governo desde o início da atual gestão, em janeiro de 2011. Registre-se, contudo, que esse tal Batalhão de Fronteira havia já sido prometido pelos ex-governadores Jaime Lerner, Roberto Requião e Orlando Pessuti. Porém, para saber as datas e outros detalhes das promessas anteriores é preciso procurar o portal antigo da AEN. Isto é, a página eletrônica deixa em segundo plano uma parte da história do Paraná que levava o carimbo da visão oficial.

Uma pena, pois na solenidade da última quarta-feira o governador lembrou que não está sozinho nas promessas: "Esta é uma antiga reivindicação da comunidade da região e que estava prevista em lei de autoria do deputado estadual Elio Rusch, aprovada em 1998."

Treze anos depois, ao longo dos últimos 18 meses, Richa se referiu pelo menos por cinco vezes à importância de criar o batalhão, mas sempre conjugando o verbo no futuro, conforme registra a AEN. Na última vez ele disse: "É um primeiro passo para começarmos a blindar a nossa fronteira, que é a principal entrada de armamento pesado e de drogas no país".

E prosseguiu: "Em breve" – outra vez flexionando o verbo no futuro –, "poderemos promover grandes operações conjuntas com todas as forças de segurança do estado e federais naquela região".

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