O governador Beto Richa dá posse hoje de manhã às duas novas estrelas de seu secretariado. Reinhold Stephanes assume a Casa Civil e Ratinho Jr., a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedu). A pergunta que se faz é: agora vai?
É o que se espera, pelo menos no que diz respeito ao novo chefe da Casa Civil, cuja longa experiência política e como administrador público certamente será fundamental para dar a dinâmica sempre prometida mas nunca comprovada pelo atual governo.
A Stephanes caberá, segundo consta, a tarefa de desemperrar a máquina, uma opção, portanto, técnica e administrativa adotada por Richa para desvanecer a sombra de inoperância que o acompanha desde o início do governo e que pode comprometer seu projeto reeleitoral.
A designação de Ratinho Jr. para a Sedu obedece mais ao viés político. A ideia é neutralizar, em parte, a derrota eleitoral que Richa sofreu em Curitiba ao superestimar a própria força e acreditar que poderia "rifar" impunemente o então correligionário Gustavo Fruet para eleger Luciano Ducci. Na imaginação do governador, a presença de Ratinho no secretariado poderá manter no estoque os 40% de votos que ele obteve na disputa pela prefeitura.
Além do mais, na Sedu, espera-se que Ratinho Jr. possa capilarizar a atuação política do governo. Afinal, as ações da pasta abrangem os 399 municípios do estado, com prefeitos sempre ávidos pelas pequenas obras que a secretaria pode lhes proporcionar. O que também favorece o suposto projeto de Richa de ter Ratinho Jr. como seu vice na campanha de 2014.
2012, o ano que não terminou
Mas a grande aposta recai mesmo sobre os ombros de Reinhold Stephanes. Não se sabe se terá tempo para fazer tudo o que dele se espera (afinal, descontado o período de campanha que antecede a eleição de 2014), restam, na prática, apenas 18 meses para o governo Richa acabar. E ainda falta muita promessa a cumprir.
Lembremos: em 9 de abril do ano passado, os secretários assinaram perante o governador um contrato de gestão, pelo qual se comprometiam a cumprir metas até dezembro do mesmo ano. Na ocasião, num documento de 54 páginas, a Agência Estadual de Notícias informava que o governo pretendia investir no ano R$ 2,7 bilhões (10% do orçamento geral do estado) e listava um varejo de 194 projetos e 299 metas a serem alcançadas até o fim do exercício.
No que deu? Em vez de R$ 2,7 bilhões, o investimento ficou na casa do R$ 1 bilhão pouco mais de um terço da previsão. É de se imaginar que os tais 194 projetos e 299 metas tenham sido reduzidos na mesma proporção.
Significa que 2012 não terminou para o governo e que grande parte das metas previstas para o ano passado fique para 2013. A culpa foi dos secretáros que não cumpriram o contrato de gestão? Com Stephanes no secretariado, cumprirão?



