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Olho vivo

Missão pirâmide 1

Conselheiro da Associação dos Aposentados da Prefeitura de Curitiba (AAPC), Wilson Luiz Mokva será o novo presidente do Instituto de Previdência do Município de Curitiba, o IPMC. Já foi encarregado pelo prefeito Gustavo Fruet de recolocar em ordem as finanças da instituição para dar segurança aos atuais e futuros aposentados e pensionistas municipais. Uma das missões de Mokva será a de esclarecer, de uma vez por todas, se de fato (e como) foi resolvida uma situação revelada no ano passado por esta coluna.

Missão pirâmide 2

Trata-se de uma aplicação de R$ 21 milhões que o IPMC fez num fundo de investimentos norte-americano capitaneado por Bernard Madoff – o sujeito que inventou uma "pirâmide financeira" que resultou em prejuízo de US$ 65 bilhões para os gananciosos investidores que acreditaram nos lucros prometidos por ele. Madoff curte nos Estados Unidos pena de 150 anos de cadeia.

É pouco 1

O ex-presidente da Câmara de Vereadores João do Suco devolveu neste fim de ano ao Erário R$ 13 milhões – "economia" de quase 10% do orçamento de 2012 do Legislativo, de R$ 111 milhões. Tem gente que achou pequeno o valor devolvido. Porque: a) desde que João Cláudio Derosso deixou o comando da Câmara, não foram mais feitos gastos com publicidade; b) por determinação do Ministério Público, foram extintos cerca de 200 cargos comissionados; e c) depois das denúncias que envolveram a velha administração, os vereadores também ficaram mais contidos em suas despesas.

É pouco 2

A expectativa reinante em alguns gabinetes da prefeitura é de que o novo presidente da Câmara, Paulo Salamuni (eleito ontem por 37 dos 38 vereadores da Casa), refaça os cálculos e acrescente outros cerca de R$ 10 milhões à devolução.

No primeiro dia de trabalho,­­ o prefeito Gustavo Fruet já baixou alguns de­­cretos – todos coerentes com a rotina de quem assume o cargo na condição de oposicionista e crítico da administração do antecessor. Portanto, não foram propriamente atos surpreendentes, mas nem por isso deixam de ser relevan­­tes e, ao mesmo tempo, reveladores da intenção de colocar a casa em ordem. Um deles, por exemplo, determina a clássica medida de corte nas despesas de custeio, agora de 15%. Outro dos decretos decorre da enxurrada de informações preliminares que Fruet recebeu antes da posse: segundo dados levantados pela equipe de transição, a partir de junho/julho de 2012, pouco antes do início efetivo da campanha eleitoral, o ex-prefeito Luciano Ducci teria deixado de pagar várias obrigações contratuais, num suposto esforço para semear obras na cidade que o ajudassem a se reeleger.

Somadas, tais dívidas chegariam a R$ 300 milhões. Dentre os credores, pequenas e médias empresas que prestavam serviços básicos de manutenção da cidade – limpeza e desobstrução de bueiros ou roçadas de mato em espaços públicos, para citar dois casos. Sem receber há meses, várias alegam estar em estágio pré-falimentar e paralisaram os trabalhos para os quais estavam contratadas. Como esse serviços não podem ser interrompidos, foram convocadas sob a promessa de regularização dos pagamentos.

Mas esse não é exatamente o caso de muitas outras empresas credoras, como as do transporte coletivo. Elas reclamam na Justiça atrasados da ordem de R$ 100 milhões – quase um terço dos valores levantados até agora. A Urbs, nos dias finais da gestão anterior, afirmava que estava absolutamente em dia com o sistema. Quem está com a verdade? Fruet quer saber antes de tomar qualquer decisão. E assim será com todos as demais dívidas de que a prefeitura está sendo cobrada. Por isso, os pagamentos foram suspensos, embora o prefeito faça questão de afirmar que não se trata de uma moratória. Ninguém vai deixar de receber o que lhe for devido, o que não significa, no entanto, que todos os débitos e seus respectivos montantes serão automaticamente reconhecidos.

Antes de cada pagamento, no entanto, o suposto débito será auditado por uma comissão nomeada por Fruet. A primeira intenção é verificar se, de fato, os serviços foram prestados; depois, se nos contratos e nos demais procedimentos administrativos não há irregularidades. Em alguns dos casos já previamente diagnosticados, é bem possível que o prefeito proponha renegociações, de modo a dar um respiro aos cofres públicos.Os próximos 90 dias serão dedicados à tarefa de levantar todos os tapetes da prefeitura, cuidar das emergências e replanejar a administração com o orçamento deixado pelo antecessor. Como em qualquer início de gestão, a disposição de Gustavo Fruet é a mesma das vassouras novas. Que se dê ele o prazo de paciência que pediu ao tomar posse. Depois disso sobrevém o direito da população à cobrança.

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