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Olho vivo

Limpeza

Está no Diário Oficial de 24 de fevereiro: a empresa HigiServ Limpeza teve seu contrato com o Departamento de Imprensa Oficial prorrogado por mais um ano, um aditivo que vai custar ao cofres públicos mais R$ 1,7 milhão. Ministério Público e Tribunal de Contas já estão sendo alertados para possível ilegalidade. Segundo a legislação, após cinco anos de vigência (como é o caso) contratos não podem ser estendidos; é preciso fazer nova licitação. Uma curiosidade: a HigiServ destinou R$ 100 mil como doação à campanha eleitoral do governador em 2010.

Caso de polícia

O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), órgão da Polícia Civil do Paraná, abriu inquérito para investigar supostas irregularidades na licitação do transporte coletivo de Curitiba, em 2010. Intimados a prestar informações para instruir o inquérito, depuseram ontem na delegacia dois técnicos do Tribunal de Contas – um deles o diretor de Execuções, Cláudio Henrique de Castro, o homem que coordenou a auditoria da tarifa de ônibus e recomendou sua redução em 43 centavos. Centenas de documentos foram entregues ao Nurce.

De ônibus

Por falar em ônibus: estranhamente, as concessionárias não protocolaram na Urbs até agora nenhum pedido de aumento da tarifa – bem ao contrário da rapidez com que o faziam em anos passados. Ontem, o prefeito Gustavo Fruet manteve reunião no início da tarde com os prefeitos da região metropolitana e à noitinha recebia em seu gabinete representantes de entidades populares. Mas definição mesmo só uma: os colegas prefeitos metropolitanos se comprometeram a brigar pela licitação de suas linhas (coisa de responsabilidade da Comec). Sobre possível reajuste, nada.

Não se faz jornalismo sem boas fontes. E foi graças a uma boa fonte que esta coluna informou no dia 20 de fevereiro que a secretária da Fazenda, Jozélia Nogueira, desocuparia a cadeira logo depois do carnaval. A secretária desmentiu: apenas se submeteria a uma simples cirurgia de hérnia de hiato durante os dias momescos e, em seguida, voltaria ao posto onde se dedicava a recuperar as finanças do estado.

As fontes de Jozélia estavam mal informadas: ontem, em seu primeiro dia de trabalho após voltar de férias caribenhas, o governador Beto Richa anunciou a demissão de Jozélia, ainda mal restabelecida da cirurgia. Para seu lugar, nomeou Luiz Eduardo Sebastiani, que já fora seu secretário municipal da Fazenda quando prefeito de Curitiba. Eleito governador, Richa levou-o para a Secretaria da Administração. Ultimamente ocupava uma diretoria da Copel.

Richa também foi obrigado a refazer seus planos para preencher a vaga de secretário da Segurança deixada pelo procurador Cid Vasques. O governador pretendia nomear o delegado da Polícia Federal José Alberto Iegas. Chegou a anunciar a escolha, mas em seguida levou um rotundo "não" do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que se recusou a liberar o delegado. Sem alternativa melhor, Richa buscou no Instituto Médico Legal (IML) o legista Leon Grupenmacher, que deixa de lidar com a paz dos mortos para agora cuidar da segurança dos vivos. O novo secretário é médico oftalmologista, o que levou um delegado a brincar: "Enfim, um homem de visão na Segurança".

Cristaleira

A procuradora Jozélia Nogueira assumiu a Fazenda em outubro num momento delicado. Pouco antes, o cargo fora abandonado pelo ex-secretário Luiz Carlos Hauly após constatar que, diante do descontrole das finanças provocado pelo "xoque de jestão" e pela prodigalidade de gastos determinados pelo Palácio Iguaçu, corria o risco de ser apontado como culpado pelo caos. Não era. Político vivo que depende de votos, preferiu reassumir a cadeira de deputado federal para não morrer sob o desgaste que sofreria em razão dos cortes brutais de despesas que teria de fazer para poder pagar o 13.º do funcionalismo.

Jozélia, cuja única ambição era a de simplesmente chegar ao cume da carreira de gestora pública, aceitou o desafio. Abriu a porta da cristaleira e começou o serviço: suspendeu o pagamento de fornecedores, deixou viaturas policiais sem gasolina, paralisou obras, cortou telefones da Segurança Pública, racionou a comida dos cachorros da Polícia Militar e, sobretudo, estabeleceu confrontos até pessoais com colegas secretários. Enquanto livrava o governador do vexame de não pagar o 13.º, recebia dele carta branca.

Agora a hora é outra. É hora de sepultar a política de terra arrasada que Jozélia pôs em prática e fazer ressuscitar a paz. E ninguém melhor do que o paciente e educado Luiz Eduardo Sebastiani para cumprir a missão pacificadora. A dúvida é se conseguirá cumprir a missão principal: reorganizar as finanças.

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