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Medo-pânico da delação

O dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, não fará delação premiada – isto é, não está disposto a salvar a própria pele denunciando o andar de cima que também teria se locupletado com o desvio de R$ 20 milhões da Secretaria da Educação para construção e reforma de escolas – obras nunca concluídas ou entregues.

Lopes, que se encontra sob prisão preventiva, estaria aguardando meios para devolver aos cofres públicos o dinheiro desviado e, com isso, criar atenuantes para penas duras nos âmbitos cível e criminal. O relato dessa estratégia foi feito à coluna por pessoa próxima ao acusado.

Não há indícios de que tal orientação lhe tenha sido passada pelo advogado que assumiu sua defesa em dezembro passado, Roberto Brzezinski, em substituição ao anterior, o criminalista Cláudio Dalledone. Brzezinski atua paralelamente na defesa de outro réu que guarda proximidade com o poder, o “primo distante” Luiz Abi.

Muito respeitado nos meios jurídicos, Brzezinski tem outros clientes importantes, como o ex-presidente da Assembleia, deputado Nelson Justus, assim como o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, um dos implicados na Lava Jato. Atua também em causas eleitorais e atualmente cumpre mandato como juiz no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

A expectativa de uma delação premiada por parte de Eduardo Lopes vinha crescendo – e chegou a gerar medo-pânico – desde que foi revelada a possível participação nos desvios do dinheiro da Educação de agentes públicos com foro especial, casos do secretário de Infraestrutura, Pepe Richa, do conselheiro do Tribunal de Contas Durval Amaral, e dos deputados Ademar Traiano e Plauto Miró, respectivamente presidente e primeiro-secretário da Assembleia Legislativa.

Esses nomes foram citados em depoimentos ao Gaeco como envolvidos no esquema por uma advogada e por “laranjas” que prestavam serviços à construtora Valor. CD com gravação de seus depoimentos foi entregue ao procurador-geral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacoia, que por sua vez o remeteu à Procuradoria Geral da República (PGR) para as medidas cabíveis.

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