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Olho vivo

Socorro! 1

São graves as consequências dos atrasos do governo no pagamento de seus fornecedores. Para alguns, a situação se tornou desesperadora – como o caso da V.C.C. Paulino Comércio de Embalagens, de Londrina. Trata-se de uma pequena fabricante de sacos de lixo que, no ano passado, ganhou licitação para fornecer às secretarias da Cultura, Assistência Social e Segurança. Entregou as encomendas, mas desde outubro não vê a cor do dinheiro, segundo relatou ao Tribunal de Contas em carta do último dia 12.

Socorro! 2

Não é de milhões a dívida do governo com a pequena indústria. É uma "merreca" de R$ 40 mil. Mas, nas palavras de seu dono, "preciso desse dinheiro porque meus funcionários estão sem salários e estou próximo de ter minha conta de luz cortada. Aguentei o quanto deu, mas não consigo. Deixo meu apelo para que vocês possam me ajudar, caso contrário terei de fechar as portas. Perdi meu crédito bancário, meus fornecedores não me vendem mais a prazo, a situação é desesperadora".

Socorro! 3

O empréstimo de R$ 817 milhões que o governo está para receber do Proinveste não se destina a pagar dívidas. Segundo reza o contrato, o recurso seria destinado a obras rodoviárias e de infraestrutura. Duvida-se que cumprirá essa finalidade: vai acabar, literalmente, sendo jogado nos sacos de lixo que comprou e não pagou com a arrecadação própria. Ou seja, os empréstimos – de R$ 3,5 bilhões que deveriam servir ao desenvolvimento – correm o risco de servirem apenas para pagar contas atrasadas, subdimensionadas em R$ 1,1 bilhão.

Metrô 1

Quase desativada por alguns dias, a comissão do Tribunal de Contas que examina o edital de construção do metrô curitibano deve ser reativada nesta semana, com novos membros. Uma primeira fornada de dúvidas já foi encaminhada à prefeitura; falhas já teriam sido também encontradas. Mas é a nova equipe que o TC formou que dará o encaminhamento final aos questionamentos. O prefeito Gustavo Fruet, no entanto, mantém a esperança de iniciar a obra no segundo semestre.

Metrô 2

Ainda a propósito do metrô: o ex-governador, ex-prefeito e urbanista Jaime Lerner continua cético. Semana passada, em roda de amigos num restaurante do Cabral, não escondeu sua opinião de que se trata de "um absurdo" fazer o metrô sob o mesmo trajeto das canaletas do expresso. Para ele, mais importante seria sincronizar os semáforos de modo que os ônibus não precisassem parar a cada esquina. Nesse caso, sem metrô, os ônibus dariam conta do recado.

Coisas simples, mas tão criativas e úteis quanto o "girassol eletrônico", equipamento capaz de acompanhar o sol para captar energia e fornecer luz para pequenos ambientes, são apenas um exemplo do que é capaz de fazer o cinquentenário Lactec – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, uma Oscip que tem como associados a Copel, a Universidade Federal do Paraná e instituições privadas, dentre as quais a Associação Comercial e o Instituto de Engenharia do Paraná.

Claro que há projetos muito mais importantes do que o "girassol" e que envolvem complexos sistemas voltados, principalmente, para a área de produção e transmissão de energia. E não só do Paraná, mas de todo o país. Não são poucos seus inventos patenteados. Com uma vantagem: o Lactec não depende de recursos públicos; sobrevive da venda de serviços – embora a diretoria seja presidida por indicados do governo estadual, via de regra pela Copel.

Pois bem: há funcionários do Lactec que temem pelo futuro da instituição e do emprego de seus 420 servidores, grande parte dos quais mestres e doutores com um acervo de conhecimento raro em outras paragens. Os insatisfeitos apontam o dedo para a suposta má administração do Lactec desde que assumiu sua presidência, em 2011, o engenheiro e ex-vereador Omar Sabbag Filho (PSDB). As receitas teriam caído, as despesas aumentado e os projetos diminuído. O resultado foi que, depois de muitos anos, o Lactec apresentou prejuízo de R$ 3,8 milhões no ano passado após um longo ciclo de lucros. Nem mesmo a Copel, principal mantenedora do Lactec, estaria se utilizando da instituição para atender às próprias necessidades.

A direção do Lactec reconhece o prejuízo do ano passado, mas se justifica: teve de gastar em 2013 mais de R$ 2 milhões em indenizações trabalhistas que se originaram em 2004. E atribui a redução das atividades ao crítico contexto nacional na área energética. Mudanças na legislação refrearam a capacidade de investimentos das empresas em pesquisa e desenvolvimento, das quais a Copel também não teria escapado, explica a assessoria do Lactec.

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