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Depois de pelo menos duas décadas ouvindo falar que o metrô de Curitiba estava prestes a ser construído, são poucos agora os que acreditam que o projeto sairá do papel, conforme aferiu pesquisa publicada anteontem pela Gazeta do Povo. O assunto virou uma daquelas lendas urbanas, como a da loira fantasma que assustava taxistas nas madrugadas curitibanas da década de 70. Nunca ninguém provou que a loira existia, assim como faltou um prefeito para mostrar que o metrô podia ir além dos projetos e maquetes feitos em computador e exibidos no horário eleitoral da televisão.

Gustavo Fruet é provavelmente o quinto prefeito da capital a falar do assunto. Jaime Lerner e Cassio Taniguchi referiam-se ao metrô sob diferentes nomes – bonde moderno, por exemplo. Aos dois sucederam-se Beto Richa e Luciano Ducci, que prometiam iniciar as obras em suas respectivas gestões. Editais, audiências públicas e anúncios solenes de verbas apareceram. Mas buraco mesmo, nenhum.

E agora sai? Nesta semana o assunto voltou à tona, com a informação da prefeitura de que a minuta do novo edital está pronta. O prefeito até já reservou dois dias inteiros da próxima semana para reunir uma equipe de discussão, fazer eventuais aprimoramentos e bater o martelo no texto final. A previsão é de que em fevereiro será realizada a audiência pública para, em março (ou no mais tardar em abril), lançar o edital definitivo.

A partir desse procedimento preliminar obrigatório, se tudo caminhar normalmente, em 90 dias já estará escolhida a empresa construtora que vai explorar o serviço de metrô por 30 anos pela menor tarifa. Isto é, as escavadeiras já estariam trabalhando antes de 2014 acabar.

Se tudo acontecer conforme previsto – incluindo a liberação dos recursos da União a fundo perdido (R$ 1,8 bilhão), dos empréstimos a serem contraídos pela prefeitura e governo estadual (R$ 1,4 bilhão) e mais o aporte privado de R$ 1,4 bilhão da empreiteira vencedora da concorrência –, o atual prefeito terá dois anos inteiros para tocar a primeira etapa de 17,5 quilômetros, da CIC-Sul ao Cabral. Mas só terá alguma (pálida) esperança de entregá-la pronta se for eleito para um segundo mandato.

Olho vivo

Turismo

A deputada Rosane Ferreira (PV) quer acabar com o que ela chama de "turismo do vestibular" e com a injusta ocupação de vagas das universidades locais por candidatos de outros estados ou regiões. Um projeto de sua autoria, que unifica as datas dos vestibulares das instituições federais está em análise conclusiva nas comissões de Educação e de Constituição e Justiça da Câmara Federal. Rosane acrescenta um argumento visando à aprovação de seu projeto: o "turismo" só beneficia os candidatos com melhores condições financeiras e obriga os estudantes locais a buscar vaga em universidades pagas.

Vantagens 1

Não faz muito tempo, juízes e desembargadores tinham determinado salário e a ele se somavam penduricalhos do tipo anuênios, quinquênios, gratificações, auxílios disto e daquilo. Um dia, o Judiciário resolveu juntar todos os benefícios ao salário, denominando o montante de subsídio. Ótimo. Só que, neste caso, seus subsídios ficaram limitados a uma proporção do que ganha um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Vantagens 2

Mas aí ocorreu a ideia: se todo mundo ganha anuênios, quinquênios, auxílio-moradia, gratificações etc. etc., por que não concedê-los, em nome do velho princípio da simetria, também aos juízes e desembargadores? Mas com detalhes importantes: essas vantagens são definidas como "indenizações", não integram o subsídio e sobre elas nem se paga Imposto de Renda. E também não se desobedecerá a lei, pois o subsídio propriamente dito não será maior do que o teto permitido – embora, na prática, ganhem mais.

Vantagens 3

Esse é o objetivo do Projeto de Lei 801/2013, protocolado na Assembleia Legislativa pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Guilherme Luiz Gomes, às 14h52 do dia 18 de dezembro, véspera do recesso parlamentar. No dia seguinte, o projeto foi encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça. Intrigante é o fato de que, na justificativa que acompanha, o projeto o TJ afirma que deixar de "apresentar a declaração de adequação financeira em razão da proposição acima referida não implicar em aumento de despesas".

Mudez

Há muita gente querendo traçar o destino do ex-senador Osmar Dias (PDT, vice-presidente do Banco do Brasil). O deputado André Vargas (PT, vice-presidente da Câmara), é um dos que mais têm se dedicado ao tema: já decidiu que Osmar não será candidato a senador na chapa de Gleisi Hoffmann e que a melhor posição para ele é a de ser candidato a vice-governador. Osmar Dias, no entanto, continua surdo e mudo em relação às opiniões alheias.

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