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Especulação é o que mais se faz na entressafra do recesso parlamentar – nessa época, os candidatos pouco têm a fazer além de especular, com ou sem recesso. É que eles vivem também agora a entressafra dos prazos eleitorais, aqueles previstos pelo calendário fixado pelo TSE para o pleito de 2010.

Os políticos em geral trabalham neste momento pensando em três prazos, muito distantes entre si. O primeiro deles vence só daqui a dois meses, em 4 de outubro próximo – um ano antes da eleição –, quando quem quiser se candidatar poderá mudar de um partido para outro. Esta regra vale apenas para quem não detém mandato eletivo. Os outros, isto é, os atuais senadores, deputados, prefeitos ou vereadores terão de permanecer na legenda pela qual foram eleitos, a menos que aconteça de ser aprovada antes a "janela da infidelidade".

Não é o caso dos autoproclamados candidatos ao governo do estado. Nem o senador Osmar Dias quer sair do PDT, nem Beto Richa do PSDB, assim como Orlando Pessuti não deixará o PMDB.

O único que, remota e eventualmente, poderia se beneficiar da "janela" seria o senador Alvaro Dias, do PSDB. Sentindo-se preterido pela direção estadual do seu partido, que prefere Richa como candidato, Alvaro é cobiçado por uma ala do PMDB – no mínimo porque, ao contrário de Pessuti, poderia ajudar a eleger uma bancada maior de deputados. Há vários entre os peemedebistas com muito medo de não alcançarem votação suficiente para voltar à Assembleia ou à Câmara e por isso, na surdina, defendem a opção pelo senador tucano.

O segundo prazo fatal se dará somente seis meses depois, em 4 de abril do ano que vem. Nesta data, os detentores de mandatos executivos devem se desincompatibilizar – isto é, deixar os cargos que ocupam. Os interessados nesse assunto são apenas dois: o governador Roberto Requião, para sair candidato a senador, e o prefeito Beto Richa, para governador.

Requião pouco se preocupa, pois sua vaga de candidato está mais do que garantida. Não é exatamente o caso de Richa que, até lá, terá de ter muita certeza de que será o ungido pelo PSDB para disputar o governo. Força para isso ele está fazendo desde já: semanalmente viaja para o interior em campanha maldisfarçada, com o pretexto de falar sobre sua experiência como administrador da capital.

E há o terceiro prazo fatal: fim de junho do ano que vem, quando os partidos terão de concluir, nas convenções, o processo de escolha de suas chapas – de governador e senadores a deputados estaduais e federais. De modo geral, com poucas chances de surpresa, as convenções vão apenas referendar o que os caciques partidários decidiram nos entremeios do calendário.

A última da atual temporada de especulações

Como é com muita especulação que os bastidores se alimentam, a semana passada registrou mais uma: Osmar Dias e Beto Richa teriam, enfim, chegado a um acordo! Tal acordo, segundo consta, prevê que deixarão de se hostilizar e de concorrer entre si. Tentarão salvar a aliança partidária que os uniu nas eleições anteriores e teriam combinado que será candidato a governador o que melhor estiver posicionado nas pesquisas até abril do ano que vem.

Se for Osmar, o PSDB, com o apoio de Richa, abdicará de candidato próprio e lançará o pedetista. Já estaria combinado, também, que o candidato a vice seria Gustavo Fruet, deputado que complementaria na capital a força que Osmar traria do interior.

Mas, se Beto Richa for a melhor opção, Osmar Dias seria candidato à reeleição para o Senado, também com forte apoio do tucanato. De novo, nessa hipótese, surge o nome de Gustavo Fruet, que com ele formaria dupla para concorrer ao Senado.

Especulações... especulações...

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