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Olho vivo

Protestos 1

O presidente do Tribunal de Contas, Artagão de Mattos Leão, chega ao fim de sua gestão com pelo menos três grandes feitos: promoveu licitação suspeita para a construção de um anexo; encontrou o TCE com 15 mil processos pendentes e legará ao seu sucessor 40 mil; e, para coroar a gestão, anunciou na quinta-feira que os municípios não precisam obedecer a determinação de mandar a cartório de protesto contribuintes com débitos em atraso.

Protestos 2

O protesto vinha se tornando regra entre os municípios, recuperando receitas que já se consideravam perdidas e atemorizando os que não se dispunham a pagar em dia suas obrigações fiscais. Calculava-se que o protesto poderia representar acréscimo de R$ 15 milhões na arrecadação de pequenos municípios. Na quinta-feira, porém, Artagão, talvez sob pressão de deputados, rebaixou a "determinação" para "recomendação" – o que, na prática, significa que os prefeitos perdem autoridade para protestar devedores.

Babuínos

Os candidatos à presidência da Câmara de Curitiba entraram em guerra de babuínos – deram-se à tarefa de desqualificar uns aos outros. Começou a circular dossiê para tratar da vida pregressa pouco exemplar de um deles. O remetente é uma certa Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno. A eleição será dia 16 de dezembro e se apresentam como candidatos Pedro Paulo (PT), Valdemir Soares (PRB), Ailton Araújo (PSC) e Zé Maria (SD).

Deputados que militam pela candidatura do deputado Ratinho Jr. (PSC) à presidência da Assembleia desmentem que ele tenha desistido da disputa após o anúncio de que o deputado Ademar Traiano (PSDB) teria obtido a maioria necessária para derrotá-lo – isto é, mais de 28 dos 54 parlamentares. "Ratinho vai roer o Traiano", diz a fonte.

Ratinho Jr. estaria longe da derrota, pois considera que além dos 12 deputados de sua bancada, outros 20 o apoiam – número que teria alcançado em razão da insatisfação de vários deputados com a planejada formação de chapa de Traiano, que alijou nomes influentes na correlação de forças políticas do Paraná.

Traiano prometeu a liderança do governo ao deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), mas sem a aquiescência de Beto Richa. E prometeu a presidência da Comissão de Educação ao recém-eleito Requião Filho – filho, como diz o nome, do principal adversário político do governador.

O PP, o Pros e deputados de outros partidos fieis a Ricardo Barros e à vice-governadora Cida Borghetti também se somariam aos eleitores de Ratinho, afora o PSD, blocos independentes e defecções em outros partidos.

Um sonho em perigo

O Centro Educacional João Paulo 2.º fechará suas portas caso a sociedade – e principalmente o segmento empresarial – deixe de contribuir para a sua manutenção. Obra idealizada pelo professor e ex-secretário do Planejamento Belmiro Valverde (falecido em março passado), a escola atende quase 300 crianças carentes do bairro Laranjeiras, em Piraquara, dando-lhes ensino de qualidade excepcional, formação cidadã e alimentação.

Em poucos anos, a escola multiplicou efeitos benéficos para a toda a comunidade local. Sua construção – que obedeceu a um projeto arquitetônico altamente funcional – foi possível graças a doações que Belmiro arrecadou com amigos, empresários em sua maioria. Vários deles continuam a oferecer recursos para a manutenção da estrutura, mas as contribuições já não chegam perto dos quase R$ 100 mil mensais necessários para cobrir todos os custos.

O desaparecimento de Belmiro fez rarearem as colaborações – que só ele, em razão de seu vasto círculo de relacionamentos, conseguia – que se mantinham em nível suficiente para sustentar o sonho de fazer chegar educação com qualidade de primeiro mundo a comunidades carentes.

Elizabeth Castor, sua viúva, mantém abnegação em tempo integral na direção da escola, mas agora, com a ajuda de voluntários, estuda novas fórmulas para garantir a sobrevivência do Centro. Uma das ideias é repassá-lo a entidades educacionais ou empresariais a partir do próximo ano. Mas há um problema que precisa ser resolvido agora: não há recursos em caixa sequer para fazer frente às obrigações de fim de ano.

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