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Olho vivo

Homenagem 1

A educação transforma. É o que sente toda a vizinhança do Centro Educacional João Paulo 2º, instalado no pobre bairro de Laranjeiras, em Piraquara. Desde que a ideia do professor Belmiro Valverde – ex-secretário de Planejamento e de Educação de três governos do Paraná – virou realidade há quatro anos, centenas de crianças da redondeza passaram a receber ensino e auxílio pedagógico gratuitos, mas semelhantes em qualidade e aproveitamento aos de escolas de primeiro mundo. Ou das melhores particulares do país.

Homenagem 2

E o resultado é que, aos poucos, além do benefício direto proporcionado aos alunos, vai se observando a evolução da comunidade como um todo, incluindo as famílias das crianças atendidas. O Centro Educacional foi construído e é mantido com recursos privados. Dentre seus inúmeros colaboradores figuram personalidades que fazem parte da história do Paraná, como os ex-governadores Jayme Canet e João Elízio, além de instituições como a Universidade Católica e o Colégio Bom Jesus.

Homenagem 3

Por conta desta obra sócio-educacional, dirigida com cuidados de "mãe" por Elizabeth Castor, Belmiro foi homenageado ontem com o título de Cidadão Honorário de Piraquara. O município é pequeno, a população é majoritariamente carente no bairro onde se situa a "João Paulo 2º", mas o título que Piraquara concedeu vale, não só para Belmiro, sua mulher e benfeitores, como um reconhecimento de que é possível tornar mais acessíveis educação e assistência social e pedagógica de melhor qualidade quando se juntam dois fatores: idealismo e espírito público.

O Ministério Público Estadual chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) – a mais alta instância do Judiciário nacional – para obrigar o secretário estadual da Segurança Pública, Cid Vasques, a retornar à sua cadeira de procurador do MP. Na luta para cassar definitivamente a licença que permitiu a Vasques assumir a secretaria, o procurador-geral da Justiça, Gilberto Giacoia, recorreu anteontem ao presidente em exercício do STF, ministro Ricardo Lewandowski, com um grave argumento para sustentar a decisão de tirar o secretário do cargo.

Segundo Giacoia, é necessário que o STF suspenda todas as liminares concedidas até agora pelo Tribunal de Justiça do Paraná em favor de Cid Vasques frente à "absoluta necessidade de ver restabelecida a ordem jurídica [...] e o Estado de Direito no estado do Paraná".

Na opinião do advogado Rodrigo Xavier Leonardo, que defende Vasques, o Ministério Público não precisava chegar ao exagero de ofender o Judiciário paranaense. "Trata-se de uma questão pequena, que envolve apenas uma simples licença de funcionário público, e não é sério considerá-la como uma ameaça ao Estado de Direito."

Um tiro no pé

Não tem prazo para acabar a novela dos empréstimos que o governo estadual não consegue contrair. Depois de ter avançado alguns passos políticos e administrativos para obtê-los, Beto Richa resolveu levar o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo à Corte que se pronuncie sobre o suposto direito do Paraná.

O resultado prático desta iniciativa pode ter sido um tiro no pé. Isto porque, a partir desta iniciativa, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) passou a se sentir obrigada a esperar a decisão judicial para autorizar ou não os empréstimos. Os financiamentos, de R$ 3,5 bilhões, já estiveram na "bica" para sair antes de a Procuradoria Geral do Estado (PGE) impetrar, em novembro, duas ações cautelares no STF. Agora, o assunto, que só dependia da STN, passou a depender também dos lentos trâmites do Judiciário.

Veja o que aconteceu: em 6 de novembro, o Paraná pediu uma liminar (n.º 3501) para que o STF reconhecesse que servidores das universidades estaduais não fossem incluídos nos cálculos de gasto com pessoal – o que faria o estado enquadrar-se na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O ministro Luiz Fux negou a liminar e o processo entrou no ritmo "normal" do STF.

Idêntico destino teve outra ação (n.º 3492), também de novembro, em que o Paraná pede ao STF que obrigue a União a conceder as autorizações para os empréstimos. Dois meses depois, a ação pouco se mexeu.

Nas ações, o Paraná confessa ter cometido erros e se preocupa com as restrições legais para o uso de recursos públicos em ano eleitoral. Logo, os empréstimos seriam de pouca utilidade em 2014. Tudo muito inteligente.

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