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(*) A pesquisa Datafolha citada foi registrada no TSE sob o número 20.158/2010. Foram entrevistadas 1.200 pessoas entre os dias 20 e 23 de julho. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa Vox Populi divulgada no sábado passado está registrada no TRE-PR sob o número 16.029/2010. Foram entrevistadas 1.200 pessoas entre os dias 14 e 17 de julho. A margem de erro é de 2,8 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa Vox Populi divulgada na última quarta-feira está registrada no TSE sob o número 19.928/2010. Foram entrevistadas 800 pessoas entre os dias 17 e 20 de julho. A margem de erro é de 3,5 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Duas pesquisas de um mesmo instituto sobre as eleições majoritárias no Paraná são divulgadas com quatro dias de distância entre uma e outra – mas os números apresentam uma oscilação significativa. Na de sábado passado, Beto Richa, com 44%, estava nove pontos à frente de Osmar Dias, que somava 35%; na divulgada quarta-feira, os dois adversários estavam separados por apenas cinco pontos, 42% para o tucano, 37% para o pedetista.Que ninguém se impressione com isso. Impossível, a essa altura dos acontecimentos, querer estabelecer uma linha de tendência de queda de um e ascensão de outro. Não houve no perío­­do fatos novos que pudessem justificar a súbita alteração. Resultados tão díspares servem apenas para comprovar a volatilidade do eleitorado neste início de campanha. Ainda não houve tempo nem razões importantes capazes de sedimentar a opinião dos eleitores.

De qualquer modo, seja o Vox Populi, seja o Datafolha (que na primeira rodada, de sexta-feira passada, mostrou Beto com 42% e Osmar com 37%), os índices são coincidentes quanto à posição dos candidatos na ordem de preferência. O ex-prefeito de Curitiba aparece sempre em primeiro, ora em considerável distância, ora em situação tão apertada que, levando em conta as margens de erro admitidas pelos institutos, está mais próxima de um empate.

É isto que conta neste momento. Ambos partem de patamares quase idênticos; colocam-se em condições de quase igualdade. O máximo que as pesquisas podem nos mostrar até aqui é que a eleição deste ano tende a se constituir numa disputa renhida. Num cenário assim, levará vantagem aquele que conseguir errar menos e não necessariamente quem acertar mais.

A história da última eleição para o governo do Paraná, em 2006, retrata bem essa realidade. Naquela, Requião saiu com larga vantagem sobre seu oponente, Osmar Dias. Parecia que ganharia o pleito já no primeiro turno. Mas cometeu tantos erros – como aqueles de perguntar a eleitoras se traíam seus maridos – que atraiu a rejeição de contingentes expressivos do eleitorado. Requião foi obrigado a pedir desculpas para estancar os efeitos de seus próprios erros.

Osmar, por sua vez, sofreu as consequências da má escolha do seu vice – um ex-prefeito do Oeste do Paraná acusado de velhas maracutaias em sua gestão. Pesaram contra ele também as maledicências propagadas pela campanha de Requião a respeito da compra de uma mega fazenda no interior do Tocantins.

Foi muito por conta desses erros (de um e de outro) que o resultado final do segundo turno se deu pela estreitíssima margem de 10 mil num universo de 6,5 milhões de votos.

Não será surpresa, pois, se ao longo da campanha – apesar das promessas dos dois lados de manter o "alto nível" – os eleitores não sejam convidados a assistir um teatro de horrores. Tanto quanto proclamar suas próprias virtudes, os candidatos de agora – Beto e Osmar – estarão certamente de olho no telhado de vidro do outro. E a persistir a reduzida diferença apontada nas pesquisas iniciais, nenhum dos dois hesitará em jogar pedras. Perde quem tiver o maior telhado; ganha quem atirar pedras grandes.

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Olho vivo

Espontâneas 1

Os institutos de pesquisa medem as preferências do eleitorado de dois modos. Um deles é apresentar aos entrevistados a lista dos candidatos e pedir-lhes que façam a escolha de um dos nomes (ou nenhum). É a pesquisa estimulada. Outro é a pesquisa espontânea: sem lista para examinar, o eleitor cita um nome que lhe parece naquele momento o melhor para ganhar seu voto. É para o resultado deste método que os candidatos mais dão atenção, pois seriam fruto de uma manifestação mais consciente e firme do eleitor.

Espontâneas 2

Pois bem: apesar de, como referido no comentário anterior, ser ainda muito cedo para estarmos diante de um quadro sedimentado, os índices retratados pelo método espontâneo na corrida para o Senado apresentam duas situações curiosas. Na pesquisa estimulada do último Vox Populi, Requião aparece seis pontos à frente de Gleisi Hoffmann (39% a 33%), mas na espontânea a colocação se inverte: 13% a 12% em favor da petista.

Espontâneas 3

O mesmo se dá entre os dois candidatos ao Senado na chapa de Beto Richa. Na estimulada, Ricardo Barros (19%) supera Gustavo Fruet (16%), mas quando os entrevistados revelam espontaneamente sua preferência, Fruet multiplica por quatro sua vantagem sobre Barros: 8% a 2%.

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