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Um buracão de 7,5 quilômetros de extensão desde o Pinheirinho até a praça do Japão, jogando terra e lodo para todos os lados durante anos e causando transtornos inimagináveis para o transporte coletivo, para o trânsito, para o comércio e para os moradores não é o melhor método para dar um metrô a Curitiba. Por outro lado, fazer um túnel com um "tatuzão", sem interferir na superfície, é um projeto que vai encarecer ainda mais a obra. Então, para evitar as duas situações incômodas, por que não construir um metrô aéreo, a exemplo do que propunha na campanha o candidato a prefeito Rafael Greca?

A ideia original não era de Greca, mas do arquiteto franco-brasileiro Germinal Pocá. Como assessor do prefeito Maurício Fruet (1983-1986), Pocá foi quem criou as bases do sistema de remuneração das empresas por quilômetro rodado e não por passageiro transportado, implantado depois pelo prefeito Roberto Requião (1986-1990).

Pocá diverge também do traçado proposto – uma linha muito curta, de 13,5 quilômetros, entre o Pinheirinho e a Rua das Flores. A linha de metrô que idealiza teria cerca de 30 quilômetros, em forma de círculo (mesmo trajeto do Interbairros-2), unindo os 14 principais terminais de ônibus que hoje fazem a integração do transporte com os municípios da região metropolitana. O metrô não ficaria debaixo da terra, mas correria sobre um extenso viaduto sustentado por elegantes colunas, a exemplo do que existe em Lille, na França, e em outras cidades do mundo.

Curitiba teria um "minhocão" ao estilo paulistano passando diante das janelas dos edifícios? Germinal garante que isto não ocorreria e que não haveria degradação do espaço urbano. E aponta mais vantagens: custaria muito menos do que qualquer projeto em estudo e teria muito mais utilidade e funcionalidade que os outros.

Germinal também já fez chegar ao prefeito Gustavo Fruet outra ideia que, segundo ele, não é "aérea". Trata-se de um sistema de comercialização das passagens que incentivaria o uso do metrô e o deixaria autossustentável, sem necessidade de subsídios astronômicos.

Olho vivo

Como dantes 1

Terminou na semana passada o tempo que o governador Beto Richa disse que seria suficiente para a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) desfazer o "mal entendido" que a levou a barrar o empréstimo de R$ 816 milhões para o Paraná. Não houve, no entanto, nenhuma mudança no quadro, apesar da expedição que levou Richa a ir falar diretamente com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de socorro jurídico. No fim, depois de alguns minutos de conversa com o ministro Joaquim Barbosa, o governador não encontrou uma "brecha" para entrar no assunto e tudo continuou como dantes.

Como dantes 2

A esperança era obter sinais de boa vontade do STF caso o Paraná decidisse impetrar uma medida jurídica que obrigasse a STN a destravar o empréstimo. Algo parecido com o que fez o poderoso estado de Alagoas, que conseguiu do ministro Marco Aurélio uma decisão favorável. Alagoas também se enrolou com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) por exceder o limite de gastos com o funcionalismo. A diferença é que, lá, o excesso foi praticado apenas pela Assembleia Legislativa e não pelo Executivo. Já no caso do Paraná, tanto Executivo quanto Legislativo foram além do permitido.

Enxadrista 1

O deputado Luiz Eduardo Cheida deve mesmo assumir a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) como parte do acordo para dar mais espaço aos deputados do PMDB no governo. Cheida teria recebido diretamente de Beto Richa a promessa de poder substituir todos os diretores de entidades vinculadas que trabalham sob o comando do ainda titular da pasta, Jonel Iurk. A principal mudança pretendida por Cheida é no Instituto Ambiental do Paraná (IAP), braço executivo da Sema.

Enxadrista 2

Iurk não sai da Sema sem ter conseguido uma vitória: a microusina hidrelétrica "Enxadrista", projetada pela empresa Titanium, de propriedade de um filho do secretário, e a ser construída numa fazenda de propriedade da própria família, teve a licença de instalação homologada pelo governador Beto Richa mês passado. Há ligações também de diretores do IAP com a Titanium. O Ministério Público Estadual investiga o caso.

Pessuti

O ex-vice-governador Orlando Pessuti – dono de um espaço que funciona como fiel da balança na briga entre os grupos dominados deputados estaduais e por Requião – mantém o suspense: após quase três meses da primeira investida para aceitar um cargo no governo, ele ainda não disse nem sim nem não a Beto Richa. A oferta é a presidência da Sanepar. Aceitaria, se pudesse mudar também todos os diretores? Não necessariamente, pois a vantagem imediata não é suficiente para quem, com pragmatismo, enxerga o futuro. Se ficar com Richa, fecha as portas com Dilma & companhia e se arrisca a ficar fora do jogo político-eleitoral antes mesmo de 2014.

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