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A imagem parlamentar

Entre as mensagens mais compartilhadas no Facebook na semana que passou se destaca:

"Campanha do Vereador Trabalhador. Faça o vereador trabalhar: Não o reeleja. Pela limpeza e renovação da Câmara".

Para que mais vereadores?

O registro acima vale reflexão. Segundo estudo da Confederação Nacional dos Municípios, o Paraná poderá ter até 38% a mais de vereadores nas eleições de 2012. Em 2008, 1.107 vereadores foram eleitos, mas devido ao aumento populacional, poderá se ampliar o número de representantes para até 1.525 nas câmaras municipais.

Diante da má imagem dos representantes locais questiona-se, mais vereadores para quê?

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Se os participantes das marchas contra a corrupção apostam no crescimento vertiginoso do movimento, a fim de exercer uma pressão decisiva por mudanças, o resultado mais provável é a frustração. A quantidade de cidadãos dispostos a sair às ruas contra a corrupção deve estar chegando próximo ao seu limite. As passeatas do dia 12 de outubro não conseguiu reunir 30 mil pessoas em todo o país. Embora as marchas representem o fato novo deste ano no palco político brasileiro, sem uma estratégia que transcenda à mobilização de rua, corre-se o risco da dispersão do movimento, por cansaço ou acomodação, num retorno resignado à zona de conforto.

No conjunto, a II Marcha Contra a Corrupção, ocorrida na semana passada em diversas capitais do país, teve resultados menos expressivos que a primeira. A maior passeata foi a de Brasília, que reuniu cerca de 20 mil pessoas. No Sete de Setembro, havia 25 mil participantes. Em São Paulo foram cerca de 2 mil pessoas nas ruas, menos da metade dos manifestantes da marcha anterior. Em Curitiba, cerca de 600 pessoas se reuniram no protesto – número significativamente maior que a primeira passeata, que reuniu 80 pessoas. Mesmo assim, não há razões para se acreditar que haverá uma adesão muito maior nas próximas vezes.

Apesar da baixa adesão, não há motivos para o desânimo dos manifestantes. As marchas contra a corrupção não são um movimento tradicional de massas. E portanto, não precisam delas para serem bem-sucedidas.

As marchas são de um fenômeno novo – emergentes das redes sociais, apartidárias e pró-sociedade, cujo objetivo é a mudança da prática política. Os seus integrantes têm a percepção geral que os partidos políticos e a cúpula dos três poderes são os culpados pela crise das instituições e pelo estado de impunidade que assola o país. Eles não têm o apoio de entidades tradicionais – como sindicatos, movimentos estudantis (UNE e UPE) – que poderiam dar densidade às marchas, mas se encontram numa relação tão íntima com governos, que abdicaram de seu papel histórico de vanguarda.

A virtude das marchas é justamente não ser um movimento de massa nos moldes tradicionais. E em vez de tentar se tornar um movimento de grandes proporções, o melhor que se tem a fazer é aproveitar as oportunidades que as circunstâncias passam a proporcionar.

A solução possível é levar a experiência transformadora decorrente das passeatas para o cotidiano e buscar novos métodos de se fazer política sem precisar dos partidos. Sem a necessidade de esforços descomunais, a sociedade pode atuar via redes para fazer valer sua vontade contra as arbitrariedades e desvios de políticos. Há muito o que se fazer para o controle do Poder Legislativo nos três níveis de governo (neste mesmo espaço já propus a campanha "Adote um Político"). Há muito o que se fazer para contribuir para uma educação orientada a valores que fortaleça a cidadania e a democracia.

Independentemente do método escolhido, o importante é disseminar a cultura de intransigência contra a corrupção. A revolução de costumes é daquelas de longa duração. E para empreendê-la não se necessita de centenas de milhares de pessoas nas ruas. Bastam centenas ou alguns milhares de cidadãos dispostos a conduzir a filosofia das marchas contra a corrupção para a prática cotidiana.

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