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Digna de seriado. Se a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado ocupa destaque na imprensa internacional nesta quarta-feira (11), a situação intrincada da atual crise já vem há alguns meses sendo objeto de manchetes nos principais veículos de todo o mundo todo. E nem sempre com os melhores adjetivos.

Ainda em março, a rede BBC definiu que a crise política no Brasil é confusa a ponto de “os produtores de ‘House of Cards’ brincarem que estão acompanhando cada evento”. A referência é à série do Netflix em que um político usa sua influência e manobras para conquistar o poder.

De fato, até mesmo os produtores do seriado entraram na brincadeira. No Twitter, em março, publicaram uma imagem do protagonista Frank Underwood com a legenda “acompanhando o noticiário de hoje no Brasil”.

De lá para cá, as reviravoltas intensificaram a comparação. O jornal britânico The Guardian disse, em um texto publicado nesta semana, que a anulação da votação do impeachment na Câmara Federal foi digna da série. Mais tarde, o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão, revogou a própria decisão.

Anteriormente, o Guardian havia publicado que o Brasil entrava na reta final dos preparativos para a Olimpíada do Rio como uma “típica república das bananas”.

O artigo se referia aos problemas políticos, econômicos de saúde enfrentados pelo país às vésperas dos Jogos. Na versão online, o termo foi substituído por “república latino-americana”

Para a Bloomberg, na última semana os nervos se acirraram e “o debate nas redes sociais era se o Brasil parecia mais com House of Cards ou Game of Thrones [série em que um dos principais personagens foi dado como morto, mas pode reaparecer]”. O Financial Times preferiu a comparação com a série de zumbis The Walking Dead.

O vice-presidente também não escapou. Em um artigo afiado, o jornal norte-americano Washington Post perguntava se Temer “não queria o cargo principal [a Presidência] um pouco demais?”. O texto foi divulgado em abril, um pouco antes da votação do impeachment na Câmara e logo após o vazamento de um discurso de Temer no WhatsApp.

Segundo o jornal norte-americano, “a ideia de um potencial novo presidente que não sabe usar um aplicativo de mensagem, e muito menos um celular, não diminuiu a confiança de dezenas de milhões de brasileiros que são melhores nestas pequenas tarefas no dia a dia”.

Em relação à situação dos congressistas brasileiros , o Wall Street Journal destacou, no mês passado, o fato de o parlamentar responsável por conduzir o processo de impeachment na Câmara ter os seus problemas legais -- ele é réu na Lava Jato. De acordo com o texto, horas depois de policiais federais realizarem buscas em sua casam, no dia 15 de dezembro, Cunha estava “vestido impecavelmente em seu terno azul tentando emplacar seu principal projeto, o impeachment da presidente Dilma Rousseff”.

Já a Al Jazeera critica duramente o sistema judiciário brasileiro, tido como falho. “60% do Congresso está sob algum tipo de investigação. O sistema todo precisa de reforma”, publicou o jornal, citando entrevistados como Mark Weisbrot, co-diretor do Center for Economic and Policy Research, um instituto de pesquisas norte-americano.

O The New York Times também citou o número em reportagens sobre o Congresso Brasileiro .

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