A defesa do ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken rejeitou no Supremo Tribunal Federal (STF) a absolvição por falta de provas, como foi pedido pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os advogados de Gushiken pediram aos ministros que declarem a inocência do ex-ministro. Gushiken foi o único réu até agora que teve dois defensores se pronunciando em plenário.
"A acusação pediu a absolvição, mas alegou falta de provas. A defesa deseja mais, entende que dos autos se extrai mais do que isso, entende que está provada sua inocência", disse Luís Justiniano de Arantes Fernandes. Ele afirmou que o Ministério Público sabia da inocência de Gushiken quando a denúncia foi aceita, em agosto, e afirmou que um laudo de 2006 foi omitido na ocasião. Na época da denúncia o procurador era Antonio Fernando de Souza. "O Ministério Público tinha plena ciência desde o inicio da ação do fracasso, da sua improcedência, pretendia-se fazer do processo a própria pena".
O outro defensor, José Roberto Leal de Carvalho, destacou que a aceitação da denúncia foi por seis votos a quatro e que na ocasião a ministra Carmem Lúcia chegou a votar pela rejeição, mas mudou de lado, convencida pelo relator, Joaquim Barbosa. Carvalho fez críticas ao atual procurador, Roberto Gurgel, dizendo que ele deveria ter proposto a declaração de inocência e não um arquivamento por não ter encontrado provas. "Um colega já disse que o procurador foi magnânimo em pedir a absolvição, mas foi mesquinho na fundamentação", disse. "Há provas que Gushiken não concorreu para os fatos que lhe foram imputados", concluiu dizendo que é preciso ser restabelecida a honra de seu cliente.
O ex-ministro foi acusado de ter interferido junto ao Banco do Brasil para a antecipação de pagamentos à SMP&B, agência do publicitário Marcos Valério. Ele teria feito pressão sobre Henrique Pizzolato, então diretor do BB. Para o próprio MP, porém, o fato não ficou provado no processo.
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