
O Conselho de Ética da Câmara de Curitiba marcou data para ouvir as explicações do presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB), sobre as denúncias envolvendo irregularidades na licitação de R$ 30 milhões para serviços de publicidade da Casa e a contratação de supostos funcionários fantasmas da Assembleia do Paraná pelo Legislativo municipal. A reunião será no dia 18 de agosto, sexta-feira da semana que vem. A grande polêmica, agora, é o formato da reunião: ela poderá ser aberta ao público ou sigilosa. Isso será decidido em uma reunião do conselho hoje, às 18 horas.
O presidente do conselho, o vereador Francisco Garcez (PSDB), é favorável a que a reunião seja realizada a portas fechadas. "Existem algumas questões de foro íntimo que, se feitas em reunião aberta, podem ser constrangedoras. Vamos definir isso na sessão de amanhã [hoje]", afirmou Garcez, lembrando que a reunião pode tratar do relacionamento pessoal de Derosso com sua esposa, a jornalista Cláudia Queiroz Guedes, dona de uma das empresas de publicidade contratadas pela Câmara.
Entretanto, para a vereadora Professora Josete (PT), não há necessidade de a reunião ser a portas fechadas o tempo todo. "É possível uma reunião aberta na qual, em um ou outro momento, seja solicitado que fiquem apenas os membros da comissão", explica.
Outro ponto polêmico foi a sugestão de que apenas os membros titulares do Conselho de Ética poderiam participar da reunião. Entretanto, foi decidido que os suplentes também serão convidados, independentemente de o encontro ser ou não sigiloso. A convocação de outros envolvidos no caso, como a mulher de Derosso e os servidores supostamente fantasmas ainda não foi definida. "Em princípio estamos convocando apenas o presidente", disse Garcez.
As duas acusações contra Derosso tramitam de forma diferente no conselho. Ontem, foi designado oficialmente o relator para a primeira denúncia, referente aos contratos de publicidade. Será o vereador Jorge Yamawaki, do PSDB, mesmo partido de Derosso. De acordo com o regimento, ele terá até o dia 21 para entregar o relatório final 30 dias depois da denúncia ter sido apresentada oficialmente.
No entanto, Yamawaki já admite pedir prorrogação do prazo. "Se eu achar que o prazo não for suficiente para fazer uma ampla análise, terei que pedir um adiamento. Se, por querer manter o prazo, eu atropelar as investigações, posso cometer até uma injustiça", afirma. Yamawaki nega que o fato de ser do mesmo partido que Derosso possa atrapalhar no seu trabalho. "Em um caso desses, não é possível considerar a questão do partido ou não. Tenho que me pautar na lei e fazer justiça".
Já a outra denúncia, referente às contratações irregulares, deve ser recebida apenas amanhã. O relator será o vereador Pastor Valdemir (PRB). O prazo para a entregado relatório será, inicialmente, 9 de setembro. Mas Garcez admite reduzi-lo para que os dois relatórios sejam entregues juntos, no dia 21."
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