Campos: “Não vejo como ajudar o Brasil começando agora a campanha eleitoral”| Foto: Bobby Fabisak/Imagem/Folhapress

Socialistas

Na tentativa de manter o PSB como aliado, Dilma agrada ministro da sigla

Agência Estado

Apesar de o presidente do PSB e potencial candidato ao Planalto, governador Eduardo Campos, ter preferido cumprir uma "agenda afetiva" na noite de quarta-feira a participar da festa de dez anos de governo do PT, que lançou Dilma Rousseff à reeleição, a presidente da República vai prestigiar os socialistas ao comparecer, na próxima terça-feira, ao lado do ministro da Integração, Fernando Bezerra, à inauguração da Barragem Figueiredo, em Alto Santo, no Ceará. Na audiência de ontem, no Planalto, antes de embarcar para a África, Dilma e Bezerra, acertaram uma outra viagem ao lado do ministro do PSB, desta vez à Paraíba.

Dilma está prestigiando as obras tocadas pelo Ministério da Integração, comandado pelo PSB. Esse gesto está sendo entendido como mais uma maneira de a presidente manter o partido ao lado do governo, apesar dos sinais que Eduardo Campos têm dado. Uma visita a Pernambuco, inclusive, está para ser agendada e deverá ocorrer ainda na primeira quinzena de março. O Planalto quer, a todo custo, tentar manter Campos a seu lado.

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Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) darem sinais claros de que a corrida eleitoral de 2014 já começou, ontem foi a vez do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também mostrar que está no páreo. Aplaudido de pé pelos 184 prefeitos pernambucanos e sob alguns gritos isolados de "é presidente", o governador anunciou um pacote de bondades no valor total de R$ 612 milhões. O anúncio foi feito na abertura do seminário "Juntos por Pernambuco" e empolgou os dirigentes das prefeituras, a maioria delas com sérias dificuldades de receita.

Do total de R$ 612 milhões, R$ 228 milhões serão injetados pela administração estadual nos municípios sem burocracias, sem necessidade de convênio. Segundo o governador, mesmo os que tiverem pendências financeiras receberão o dinheiro, que será equivalente a uma cota mensal do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A única exigência é que os recursos sejam investidos em infraestrutura – forma de aquecer a economia e criar empregos. A fiscalização do seu uso caberá ao Tribunal de Contas do Estado e à sociedade.

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Apesar do caráter popular da medida, o potencial candidato à Presidência da República preferiu não dar conotação eleitoral à medida – que é vista como mais um passo na sua caminhada visando a uma candidatura presidencial. "Não é possível eleitorizar a política brasileira tanto assim", afirmou.

Ao ser indagado sobre o lançamento da presidente Dilma à reeleição, pelo ex-presidente Lula e pela reação do opositor, o tucano Aécio Neves. "Não vejo como ajudar o Brasil começando agora a campanha eleitoral". "Acho que esse é um ano para cuidar de trabalho, esta é a pauta da sociedade brasileira", acrescentou, ao destacar que ninguém tem capacidade para dizer como vai ser 2014.

Embora negue que já está de olho na eleição do ano que vem, Campos demonstrou que aposta no fim da polarização PT-PSDB na eleição presidencial. "Ninguém se engane porque há uma mudança efetiva ocorrendo na vida pública brasileira", observou. "Nossa sociedade tem necessidade de um outro debate e eu vou fazer, acho correto", destacou.

O seminário "Juntos por Pernambuco" continua hoje. O ministro da Integração Nacional, os senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB), deputados federais, estaduais e representantes do Tribunal de Justiça estadual, Ministério Público e Tribunal de Contas participam do encontro.