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A quarta-feira teve mais confrontos e tensão no Complexo do Alemão, conjunto de 17 favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro. Um intenso tiroteio ocorreu na Favela da Grota durante operação da Polícia Militar para retirada de barreiras colocadas nos acessos por traficantes. Os bandidos viraram um carro e o colocaram na Rua Joaquim de Queiroz, na entrada da Grota, para impedir a passagem do veículo blindado da PM. Policiais usaram o caveirão para arrastar o carro e levá-lo à Estrada do Itararé, também perto do Complexo do Alemão, onde poderia ser içado. Na Rua Joaquim Queiroz, o carro foi preso pelos traficantes a vigas de ferro.

Uma moradora da Favela Nova Brasília foi baleada com tiro de raspão na cabeça, no fim da manhã. Ela foi encontrada caída no chão por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Identificada como Lindalva Almeida, foi levada para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha.

Dois policiais militares do 16º BPM (Olaria) ficaram feridos depois de o carro em que estavam ter sido atacado por traficantes na Estrada do Itararé. Os policiais foram atacados por traficantes e acabaram batendo em outro veículo.

Na área da Favela da Grota, com medo de balas perdidas, pedestres evitam passar perto do local do conflito e motoristas retornam na contramão. O comércio na Rua Joaquim de Queiroz fechou.

Segundo o comandante do 16º BPM, coronel Marcos Jardim, a PM trabalha nesta quarta no Alemão com um efetivo de pelo menos 200 homens. Pela manhã, o governador Sérgio Cabral voltou a dizer que o conflito vai continuar. Em cerimônia que participou com o governador de São Paulo, José Serra, no apoio à eleição do Cristo como uma das Sete Maravilhas do Mundo, Cabral também comentou o aumento das ocorrências policiais revelado pelo relatório do Instituto de Segurança Pública do estado:

- Não tenho dúvida que o stress aumenta com a ação da polícia. Essa é uma luta que não se vence do dia pra noite. Vamos continuar a trabalhar de forma firme e a população tem compreendido - afirmou o governador.

Na terça subiu o número de feridos no confronto: durante iutro tiroteio na Grota, duas pessoas foram atingidas por balas perdidas. Com isso, a guerra entre policiais e traficantes, que começou no dia 2 , na Vila Cruzeiro e extendeu-se a outras favelas, já fez 16 mortos e 52 feridos.

O Complexo do Alemão é considerado o principal entreposto de distribuição de drogas, armas e munição nas zonas Norte e da Leopoldina. O saldo trágico de mortos e feridos na operação gerou críticas à estratégia da polícia na favela. Segundo mostrou reportagem do jornal "O Globo", a política do governo de enfrentar bandidos leva a um recorde de mortes em confrontos.

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