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A Polícia Federal está à procura do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, acusado de chefiar a máfia das ambulâncias. Vedoin, que prestaria depoimento na manhã desta quarta-feira, à CPI dos Sanguessugas, na sede da Polícia Federal, em Brasília, não compareceu à audiência. Estava previsto que o empresário chegasse às 7h à capital federal. Mas ele não embarcou no aeroporto de Cuiabá e também não foi localizado em sua casa. Seus advogados, no entanto, tentam fazer com que ele chegue a Brasília à tarde para depor.

Os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG), integrantes da comissão, afirmaram que, se o empresário não comparecer espontaneamente, a Polícia Federal o levará à força.

- Sua ausência na CPI mostra que ele disse mais do que sabia e deu uma floreada. Ou ele omitiu muita coisa que aqui na CPI, como não tem delação premiada, ele teria de dizer e confirmar. A sua ausência é uma característica forte de envolvimento e que o seu depoimento não é tão sincero quanto muitos imaginavam - afirmou Delgado.

O sub-relator de Sistematização da comissão, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que teria ocorrido algum problema envolvendo os advogados de Vedoin.

- Estamos tratando do chefe de uma organização criminosa e não podemos ficar notificando e aguardando que ele compareça. Se ele fosse requisitado através de um juiz, certamente estaria presente porque se não comparecer teria sua liberdade revogada.

Em depoimento de nove dias à Justiça Federal, Vedoin revelou um mapa detalhado do esquema de fraude. Mas a comissão também decidiu convocá-lo para esclarecer alguns pontos contraditórios, necessários à conclusão do relatório, que será divulgado no próximo dia 10. ( O passo a passo do esquema )

O novo depoimento poderia confirmar o envolvimento de mais dois senadores na fraude. Outros três - Magno Malta (PL-ES), Ney Suassuna (PMDB-PB) e Serys Slhessarenko (PT-MT) - já foram acusados pelo sócio da Planam . A Corregedoria do Senado começa a investigar oficialmente nesta quarta-feira os três suspeitos de receber propina da empresa para apresentar ou negociar emendas para a compra de ambulâncias.

Já as denúncias de envolvimento de ex-ministros e servidores do Executivo na máfia das ambulâncias não serão investigadas tão cedo. Apesar da criação da sub-relatoria da CPI para investigar o Executivo, o presidente da comissão, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e os sub-relatores anunciaram que só iniciarão as diligências após a leitura do relatório preliminar sobre a participação dos deputados,e dos depoimentos dos ex-ministros Humberto Costa e Saraiva Felipe, da Saúde, depois das eleições.

Biscaia disse ter convicção de que há provas para mandar 75 deputados para o Conselho de Ética, mas o relator Amir Lando, sob pressão de seu partido e do governo, deve incluir, no máximo, 45.

A relevância de mais um depoimento de Vedoin também dividiu opiniões no CPI. Enquanto alguns integrantes acreditam que poderá esclarecer detalhes do esquema, outros acham que ele não tem mais nada a acrescentar. Em seu depoimento à Justiça, após negociar a delação premiada, Vedoin incriminou mais de cem parlamentares e 450 prefeituras, que teriam movimentado um total de R$ 100 milhões.

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