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Em ofício encaminhado à Polícia Federal neste mês, o Banco do Brasil confirma que houve cinco acessos às informações bancárias do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. À PF, o banco fornece informações genéricas sobre os motivos pelos quais os dados do correntista foram analisadas, mas negou qualquer irregularidade. A Polícia Federal confirmou que o relatório entregue pelo Banco do Brasil não aponta indícios de violação de sigilo, mas Eduardo Jorge contesta a informação.

Em nota divulgada nesta tarde, o banco diz que violação de sigilo bancário de Eduardo Jorge não foi comprovada.

Segundo o relatório do banco, houve quatro acessos em Brasília, na agência bancária do próprio Eduardo Jorge, e outro em Maricá, no Rio de Janeiro. Ao final do comunicado, o BB afirma que todos os servidores estavam cumprindo com suas funções e nega qualquer irregularidade.

"Informamos que as funções exercídas pelos funcionários estão plenamente compatíveis com os acessos efetuados", diz o informe.

A PF analisa as informações prestadas pelo banco. Ela não descarta, no entanto, que sejam necessárias novas diligências para confirmar se houve ou não algum tipo de irregularidade. Por enquanto, os investigadores não formalizaram nenhum pedido adicional de informações ao banco estatal. A PF também já sabe o nome dos servidores que efetuaram as operações.

Mas o vice-presidente do PSDB, no entanto, rechaça parte dos argumentos apresentados pelo BB e afirma que em pelo menos duas ocasiões há suspeitas de irregularidades. A primeira refere-se a um dos acessos em Brasília que ocorreu em 11 de março. Segundo o BB, o acesso foi motivado pela necessidade de aprofundar o histórico de movimentações da conta corrente.

Os advogados de Eduardo Jorge, contudo, afirmam que não aconteceram operações que despertassem qualquer suspeita naquela ocasião. Os advogados vão apresentar petição para coletar novos esclarecimentos do banco sobre essa operação.

O segundo acesso contestado é o de Maricá. Enquanto o Banco do Brasil afirma que os dados foram coletados regularmente por um funcionário da agência, Eduardo Jorge diz que não há nenhum motivo para que o acesso ocorresse numa agência do banco na cidade. Eduardo Jorge não tem conta em Maricá, mas um inventário da família tem como foro a cidade da Região dos Lagos no Rio.

Para Eduardo Jorge, informações revelam suspeitas de quebra de sigilo

Para Eduardo Jorge as informações revelam "fortes suspeitas" de que houve quebra de sigilo.

"Algumas informações convergem para a quebra de sigilo bancário. A resposta do Banco do Brasil reforça que houve acessos sem motivação. Cabe à PF avançar nas investigações", afirmou o tucano.

No dia dois de setembro, o Globo revelou que as contas de Eduardo Jorge no Banco do Brasil poderiam ter sido devassadas. Eduardo Jorge disse que soube dos vazamentos, depois de ser procurado por um repórter que portava informações de sua movimentação bancária.

Segundo disse uma fonte ligada à direção da PF, que comanda o inquérito sobre a suposta invasão de contas do tucano, o relatório do BB informa que todos os acessos foram justificados.

"A informação de que houve acesso imotivado é do Eduardo Jorge e não do Banco do Brasil. O relatório do banco diz que os acessos estão todos justificados", disse.

O inquérito que apura a quebra de sigilo bancário é o mesmo que investiga a quebra de sigilo fiscal de Eduardo Jorge, de outros dirigentes tucanos, de aliados do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e de familiares do candidato tucano, como a filha Verônica Serra. Os dados fiscais do tucano foram acessados a partir da Delegacia da Receita Federal em Mauá (SP), do terminal da servidora Adeildda Ferreira Leão dos Santos. Já as informações de Verônica foram acessadas de um terminal da Receita em Santo André (SP).

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