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O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, um dos coordenadores da campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, criticou nesta sexta-feira (8) o fato de a discussão sobre aborto ter se tornado o centro do debate no segundo turno da eleição presidencial. Segundo Garcia, "alguns grupos tentam manipular a religiosidade brasileira para fins político-eleitorais", prática que ele classificou como "terrorismo".

"O que nós queremos é que a ideia de que o Brasil é um Estado laico seja preservado. [...]E que se reconheça que neste governo mais do que em qualquer outro a liberdade de opinião, de imprensa e de convicção religiosa foi estritamente respeitada. E que no governo da Dilma será respeitada da mesma maneira e se puder mais aprofundada ainda. Portanto, qualquer tentativa de descaracterizar essa posição do governo brasileiro tem um nome muito preciso: isso se chama terrorismo", afirmou.

Para Garcia, a candidata petista está sendo vítima de uma campanha difamatória. "A única coisa que não toleramos é uma campanha de mentiras, de insídias, de manipulação para fins eleitorais, seja da parte de pessoas que se escondem por trás de religião, porque eu sei qual é a religião dessas pessoas. É a má religião, não é a boa. Seja da parte das pessoas que não têm religião nenhuma. Não é bom para a prática democrática que se lance mão desse tipo questões", criticou.

De acordo com o coordenador da campanha, a finalidade do foco no tema do aborto é evitar um debate claro de propostas políticas. "O objetivo central dos que estão fazendo isso é tirar do centro das discussões a questão essencial. A questão essencial é o confronto dos dois projetos."

Garcia também atacou o candidato tucano dizendo que ele afirma defender uma política severa contra o crack, mas não foi capaz de acabar, quando governador de São Paulo, com o consumo da droga no estado. "Quem fala de combate ao crack no Brasil, que permita... Vocês podem fazer um passeio pela crackolândia em São Paulo e vão observar o espetáculo mais deprimente e que dura anos. Aquilo ali é uma catástrofe numa das cidades mais desenvolvidas do mundo", disse.

Na busca pelos eleitores da senadora Marina Silva (PV), que obteve quase 20% dos votos no primeiro turno, os candidatos do PT, Dilma Rousseff, e do PSDB, José Serra, firmaram posição contrária ao aborto. Marina Silva é evangélica e conquistou parte do eleitorado religioso do país. Na propaganda eleitoral gratuita desta sexta, Serra enfatizou que sempre foi contra o aborto e disse, em referência à adversária, que não "muda de opinião na véspera da eleição". Por sua vez, a candidata petista aproveitou o horário eleitoral para desmentir boatos de que seria favorável ao aborto e disse ser vítima de uma "campanha caluniosa".

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