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Os quatro principais candidatos à Presidência da República no Brasil já aderiram ao Twitter | Reprodução/Twitter
Os quatro principais candidatos à Presidência da República no Brasil já aderiram ao Twitter| Foto: Reprodução/Twitter

Voto Consciente também está nas mídias sociais

A campanha Voto Consciente - que procura estimular o paranaense a participar mais da política, principalmente buscando informações antes de votar - também está presente nas mídias sociais da internet. O material editorial e publicitário está sendo levado ao Twitter, Facebook e Orkut, com o intuito de aproximar ainda mais a política do público.

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Difícil de controlar

O controle da militância política internet foi considerado "muito difícil" pelos coordenadores da campanha digital dos candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Ao participarem de um evento na semana passada, em São Paulo, Marcelo Branco, estrategista da campanha de Dilma na web, e Sérgio Caruso, coordenador de comunicação digital da campanha de Serra, questionaram as multas que são aplicadas aos partidos no caso das opiniões individuais dos eleitores que são publicadas em blogs ou em outros espaços na rede.

"As regras estão claras para os espaços oficiais da campanha. Até agora, em nenhum espaço do PT, do PMDB ou dos partidos da base aliada tivemos qualquer iniciativa de dizer que estávamos desrespeitando a legislação. Nos espaços oficiais estamos cumprindo a legislação. A sombra, a dúvida, está no espaço de expressão individual", disse Marcelo Branco.

Sérgio Caruso tem a mesma opinião. "Estamos aprendendo a ver quais são os limites daquilo que se vai fazer. Aquele limite específico do que é um voluntário (eleitor) bem intencionado e apaixonado, esse é um controle difícil. O Ministério Público vai sentir aquilo que a gente sente, que é uma dificuldade de controlar. A internet é incontrolável", afirmou.

Segundo Branco, é muito difícil controlar os eleitores do partido na internet e nas redes sociais. "A internet não é um veículo de comunicação de massa, por isso as regras são mais flexíveis do que no rádio e na TV, que são concessões públicas e que precisam ter regras rígidas. A internet é um espaço de expressão individual. Então, como controlar, por meio de uma legislação, como o indíviduo se manifesta"?

"Acho que o importante da multa é se compreender a multa e não reincindir nela. O problema da multa é a reincidência. Esse limite nem sempre é claro, por isso corremos o risco de o ultrapassarmos", afirmou Caruso.

De acordo com Branco, o PT não pretende controlar esses militantes, mas orientá-los sobre o uso da internet. "Queremos uma campanha limpa, que debata conteúdos", afirmou.

Caruso diz que o PSDB também tem pregado uma campanha limpa. "Mas o controle total disso nós não temos. Nós temos a obrigação de dar o exemplo. Daí eu dizer que o problema da multa é a reincidência".

O Ministério Público Eleitoral tem questionado na Justiça alguns blogs supostamente criados por eleitores e que defendem algumas pré-candidaturas. Os blogs que estão sendo investigados atualmente são: dilma13.blogspot.com e euqueroserra.blogspot.com.

Nas últimas eleições presidenciais nos Estados Unidos, um dos assuntos mais comentados foi o uso das mídias sociais na internet pela candidatura de Barack Obama. A força dessas redes nas eleições norte-americanas chamou a atenção de vários países, atraiu presidentes como o venezuelano Hugo Chávez e entrou nas eleições deste ano no Brasil. Os quatro principais candidatos à Presidência da República no Brasil já aderiram, por exemplo, ao Twitter, uma rede social em que os usuários da internet podem digitar textos curtos, de no máximo 140 caracteres.

Um dos primeiros a aderir ao Twitter foi o candidato José Serra (PSDB). Há pouco mais de um ano, Serra dedica algumas horas de suas madrugadas conversando com os "twitteiros". Os candidatos Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e Plínio Arruda Sampaio (P-SOL) também estão conectados a essa rede. Eles aproveitam o espaço para conversar com seus militantes e eleitores e para informar, por exemplo, em que cidade estarão ou para que veículo de imprensa darão entrevista.

A importância das redes sociais nas eleições presidenciais deste ano fez com que os partidos criassem uma coordenação especificamente sobre o assunto. No PT, o estrategista da campanha do partido na web é Marcelo Branco. No PSDB, o responsável é Sérgio Caruso. No PV, Nilson de Oliveira responde pela comunicação da campanha. E no P-SOL, partido em que ainda não foi estabelecida uma coordenação específica para a internet, Márcio Bento responde pela comunicação do partido em São Paulo. Com isso, os candidatos à Presidência já estão hoje, além do Twitter, no Orkut, no Facebook e no YouTube. Nenhum deles soube estimar quanto os partidos estão investindo ou gastando nessa área, mas todos ressaltaram a importância das redes sociais para as eleições deste ano.

"Para o P-SOL, que não vai ter o mesmo tempo de TV dos outros partidos e não vai ter financiamento de grandes empresas, bancos e empreiteiras, a internet passa a ser algo fundamental e estratégica porque pode ser um espaço com melhores condições de utilização. Temos expectativa de utilizar a internet como um espaço mais democrático e amplo", disse Márcio Bento, em entrevista por telefone à Agência Brasil.

"O eleitor ganha mais um espaço de comunicação, a oportunidade de entrar em contato direto e sem intermediários com as campanhas e os candidatos. Acho que isso vai fazer com que o debate ganhe uma maior audiência, uma maior interação, uma maior troca de ideias, e vai enriquecer a formulação de todos os candidatos", disse Nilson de Oliveira, em entrevista à TV Brasil.

Relevância

Ao participarem de um evento na semana passada, em São Paulo, para discutir a questão da campanha eleitoral na web e as táticas para ganhar o voto do internauta, Marcelo Branco e Sérgio Caruso reconheceram a importância do instrumento, mas divergiram sobre o peso das redes sociais na campanha.

Para Branco, "a internet pode ser decisiva no processo político eleitoral na medida em que ela forma opinião e argumentos". Na avaliação do coordenador da campanha do PT, a internet muda a qualidade do debate e da democracia. "Milhões de cidadãos que não participavam do debate político eleitoral, com sua voz, seu texto, seu vídeo, vão ter essa oportunidade pela primeira vez."

A opinião do coordenador da campanha do PSDB, no entanto, é de que a "internet faz parte da vida das pessoas", mas a briga política, em sua visão, ocorre realmente "na rua, com as pessoas de verdade". "É uma falácia acharmos ou defendermos a ideia de que essa é uma eleição da internet e de que ela vai ganhar a eleição", afirmou Caruso.

Para Gil Castilho, diretora da Associação Brasileira de Consultores Políticos, a internet não vai ser determinante na campanha. "Haverá uma grande participação das pessoas que estão ligadas à internet, mas não acredito que ela seja determinante no processo eleitoral como um todo, principalmente nas campanhas majoritárias. Mas ela vai fazer ter um grande peso para a militância e a mobilização". De acordo com ela, ao usar as redes sociais, os candidatos devem ser fiéis ao que são fora da rede. "É importante ter uma imagem nos meios digitais que esteja em consonância com a sua imagem real", destacou.

A ideia dos candidatos, segundo os coordenadores, é de continuar a fazer uso das redes caso sejam eleitos, repetindo a atitude do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Interatividade

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