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Veja que as últimas pesquisas já estão defasadas no Paraná |
Veja que as últimas pesquisas já estão defasadas no Paraná| Foto:

Decisões

A Justiça Eleitoral suspendeu a divulgação de oito pesquisas de intenção de votos no Paraná. Decisões envolvem os principais institutos de pesquisa no Brasil:

Datafolha

Duas pesquisas foram suspensas. A primeira foi barrada por causa da ordem das perguntas no questionário e pelo fato de o registro não trazer critérios de ponderação (correção) num possível erro da amostra referente à escolaridade e ao nível econômico do eleitorado. A segunda pesquisa Datafolha foi suspensa pelo mesmo problema da ponderação.

Ibope

O TRE suspendeu a divulgação do Ibope na semana passada pelo fato de o instituto não ter detalhado os porcentuais que seriam entrevistados de homens, de mulheres, quais faixas etárias e quais os graus de escolaridade. Em outra pesquisa Ibope, de Foz do Iguaçu, foi questionado o fato de o levantamento citar apenas candidatos a deputado da região. Na terceira pesquisa do instituto, o problema foi a falta dos porcentuais sobre nível econômico, uso de dados defasados da Pnad 2008 e porcentuais de idade diversos daqueles constantes no TSE.

Vox Populi

O argumento usado para barrar a pesquisa foi de que o plano amostral apresentado também não previa ponderação para corrigir erros no universo pesquisado quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico.

Especialistas veem censura e autoritarismo de Beto Richa

Para especialistas ouvidos ontem pela Gazeta do Povo, a série de impugnações de pesquisas de intenção de voto para o governo do Paraná, a pedido da coligação de Beto Richa (PSDB), é um ato de autoritarismo e censura. Na quarta-feira, a coligação de Richa conseguiu mais uma liminar do Tri­­bunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que impediu que o Ibope divulgue os resultados de uma nova pesquisa feita no estado. Foi a sétima vez que, a pedido da coligação de Richa, um instituto não pode divulgar o resultado do levantamento.

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Protesto dos adversários

Um grupo de militantes ligados à candidatura de Osmar Dias (PDT), principal adversário de Beto Richa (PSDB), fez ontem um protesto na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, contra a proibição das pesquisas de intenção de votos no estado. Cerca de 20 manifestantes participaram do ato. Richa foi chamado de "ditador" por ter ido à Justiça contra as pesquisas. A manifestação começou às 18 horas e durou cerca de 50 minutos. Os militantes aproveitaram para distribuir material de campanha dos candidatos da coligação.

A coligação do candidato ao governo do Paraná Beto Richa (PSDB) conseguiu bloquear a publicação da sétima pesquisa de intenção de votos no estado. Na quarta-feira à noite, Luciano Carrasco, juiz auxilar do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), atendeu ao pedido do PSDB e concedeu liminar contra a pesquisa do Ibope prevista para ser divulgada amanhã.

Seria o último levantamento a ser divulgado – o que ameaça deixar os eleitores do estado sem informações atualizadas sobre a sucessão estadual. Desde o dia 16 de setembro, os paranaenses desconhecem como está a corrida pelo Palácio Iguaçu. Mas ainda existe a possibilidade de o Ibope vir a ser divulgado, pois o instituto recorreu da decisão. A Justiça Eleitoral deve apreciar o recurso ainda hoje.

Segundo o TRE, a Justiça Elei­­­toral já suspendeu, no total, oito levantamentos de intenção de votos no Paraná, incluindo pesquisas do Datafolha, Ibope e Vox Populi, principais institutos de pesquisa do Brasil. Foram sete suspensões a pedido do PSDB e uma a pedido do PRTB.

A última pesquisa divulgada no estado está defasada. Levan­­­tamento do instituto Datafolha, publicado em 16 de setembro, trazia os candidatos Beto Richa e Osmar Dias (PDT) tecnicamente empatados, dentro da margem de erro. A diferença entre os dois candidatos, que chegou a 13 pontos no Datafolha, estava em 5 pontos porcentuais no último levantamento do instituto (todas as informações e metodologias estão no infográfico nesta página).

"Lamentamos que, quando os ventos se invertem, Beto Richa tenha passado a censurar as pesquisas, evitar que fossem divulgadas", criticou o advogado Luiz Fernando Pereira, da coligação de Osmar.

Já o coordenador jurídico da campanha de Richa, Ivan Bonilha, disse que as últimas pesquisas foram questionadas porque a coligação vinha "identificando diferenças entre pesquisas internas e as pesquisas divulgadas". Segundo o advogado, a partir do momento que houve divergência, o PSDB passou a recorrer à Justiça, questionando "omissões em relação a informações importantes para se ter transparência total da metodologia e da pesquisa".

Contradição?

Apesar das críticas às pesquisas, a coligação de Richa divulgou ontem o conteúdo de um levantamento questionado pelo próprio PSDB. Feita por um instituto de pesquisas do interior, o resultado do levantamento foi divulgado pela assessoria de imprensa de Richa. Para Bonilha, não há contradição nisso. "Você pode, respeitando o acesso à informação, divulgar a pesquisa, ainda que você discorde dela."

Posteriormente, a pesquisa acabou sendo bloqueada na Justiça, mas a pedido do PRTB. A corte do TRE-PR decidiu que o levantamento era irregular, dentre outras fatos, por não apresentar os nomes dos candidatos em formato de disco e ter sido orçado com preço abaixo da média. O juiz Luciano Carrasco, que foi relator do processo, fixou uma multa de R$ 200 mil caso haja descumprimento da decisão.

O juiz Carrasco também foi responsável pela suspensão da última pesquisa Ibope. Ele questionou a falta da explicitação, na metodologia, dos porcentuais de homens, mulheres e de faixas econômica e etária dos entrevistados. Também questionou o fato de o instituto apresentar dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domi­­­cílios (Pnad) de 2008, sendo que as informações de 2009 já haviam sido divulgadas. Carrasco afirmou que as decisões foram tomadas com base na legislação, sem a consulta de estatísticos.

A diretora executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, afirmou que o questionamento de pesquisas só está acontecendo no Paraná, mas que, mesmo assim, fez as modificações pedidas pela Justiça Eleitoral.

Ela rebateu ainda as observações do juiz. Explicou que utilizou dados da Pnad de 2008 porque os números referentes a 2009 foram divulgados apenas no começo de setembro. Também disse que não há diferença significativa do levantamento de 2008 para o do ano passado. E alegou que não existe dado oficial sobre nível econômico do eleitorado e que a informação é coletada na própria entrevista.

O Ibope recorreu da decisão e diz que continua fazendo as entrevistas. O advogado Rafael Munhoz de Mello, um dos responsáveis pela defesa do Ibope, disse que foram apresentados no recurso argumentos de que a suspensão da pesquisa fere a liberdade de informação e de que o levantamento atende à Lei Eleitoral.

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