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Candidatos das promessas “irreais”

Na tentativa de ganhar o voto do eleitor, concorrentes de vez em quando fazem propostas que ultrapassam as atribuições do cargo

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Em época de eleição não basta concordar ou não com as propostas dos mais de mil candidatos para conseguir escolher cinco. É preciso saber separar o que é factível das ideias inviáveis. Neste ano há aqueles que querem ser deputados estaduais para aprovar a diminuição da maioridade penal ou a reforma política, temas nacionais, assim como os que pretendem ser deputados federais para aprovar projetos de vereadores, entre outras propostas que, por alguma questão, são difíceis de sair do papel.

"Muitas vezes os candidatos mais inexperientes prometem além daquilo que podem cumprir. Por outro lado, o próprio eleitor por vezes não tem conhecimento de quais são as atribuições dos representantes", explica o cientista político da Uninter Doacir Quadros.

A sugestão de "diminuir os milhares de cargos de comissão, de vereadores, deputados e senadores, de secretarias e ministérios", por exemplo, pode chamar a atenção de quem é favorável à redução da máquina pública. Porém, vinda de um concorrente ao cargo de deputado estadual, como é o caso, a atuação deste candidato no que diz respeito à proposta será restrita, caso ele seja eleito. A ideia é de Rubens Beleze (PSD).

Segundo Quadros, em um caso como esse, é preciso lembrar que as funções das assembleias estaduais giram em torno de "fiscalizar a ação do governo do estado, fazer a legislação no âmbito estadual e aprovar orçamentos". Reforma política, desarmamento, maioridade penal e regulamentação do uso da maconha são temas que os deputados estaduais podem levar à discussão, mas sobre os quais não podem decidir.

Conforme o especialista, os candidatos a deputado federal podem se propor a ajudar as comunidades de onde vêm, como faz Pelé (PTB), que pretende "trazer recursos para Colombo e a Região Metropolitana de Curitiba". Contudo, o político e o eleitor precisam ter em mente que isso será feito principalmente por meio de pressão sobre o governador e troca de apoio.

Outro ponto importante é que as decisões na Assembleia e na Câmara são coletivas e o máximo que os legisladores podem fazer é propor projetos. Segundo o cientista político, isso também leva a outra situação: a dos políticos experientes que colaboraram com determinada lei por meio de voto, mas se passam por idealizadores do projeto para "ganhar o crédito".

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