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A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, reconheceu que ainda é preciso ter recursos mais significativos para educação no país, mas disse que hoje o governo federal investe muito mais nesta área do que no passado. "Estamos investindo muito mais, algo no patamar de R$ 100 bilhões", afirmou, em entrevista ao Bom Dia Brasil, gravada ontem, em Brasília, e exibida nesta segunda-feira. "Nós sabemos que não tem recursos significativos para educação, mas nós fizemos um ótimo trabalho em educação", ponderou, destacando a lei que destina 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo do pré-sal para a educação.

Questionada sobre o desempenho no Índice Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado este mês, Dilma destacou que houve uma melhora no desempenho do 1º ao 5º ano. "Nós cumprimos a meta e nos superamos", disse. "Os anos finais do ensino fundamental e médio de fato não estão bons. Não conseguimos entrar na meta", ponderou.

Segundo ela, o governo tem esse diagnóstico do ensino médio e por isso "criou o ensino técnico". Ela defendeu ainda uma reformulação na grade curricular. "O jovem do ensino médio não pode ficar com 12 matérias. Um currículo com 12 matérias não atrai", disse. A presidente afirmou que essa mudança não pode ser feita por decreto. "Tem que ter uma reforma." Para a presidente, apesar da necessidade de avanços, o Brasil já melhorou muito na educação e citou os sistemas atuais de testes, como a Prova Brasil. "Sabemos de tudo isso porque hoje temos testes para avaliar", disse.

Ideb

De acordo com os dados do Ministério da Educação, divulgados no início do mês, o Ideb manteve sua evolução ainda nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os estudantes do 1º ao 5º ano tiveram uma média de 5,2 pontos, 0,2 acima da última avaliação, em 2011, e 0,3 acima da média projetada pelo Ministério da Educação para a avaliação de 2013. Já o Ensino Médio, onde tradicionalmente a evolução tem sido menor, o Ideb não mostrou nenhum avanço entre as avaliações de 2011 e 2013, mantendo-se em 3,7. A meta para 2013 era de 3,9.

Os anos finais do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano, tiveram um pequeno avanço, de 0,1, chegando a 4,2, mas, como o Ensino Médio, está abaixo da meta estipulada para 2013, que era de 4,4 pontos. De acordo com os dados, os anos finais desaceleraram a melhora. Em 2011, a média nacional havia chegado a 4,1; 0,3 ponto acima da meta colocada.

Impaciência

A entrevista - feita pelos jornalistas Chico Pinheiro, Miriam Leitão e Ana Paula Araújo - foi marcada por alguns interrupções e um certo clima de impaciência da presidente. Durante algumas respostas, Dilma pedia "tempo" para responder e rebatia pedindo para "completar o raciocínio". Em alguns momentos, a presidente e a jornalista Miriam Leitão chegaram a discordar de dados citados, como o desemprego entre jovens.

Após a entrevista, a TV Globo esclareceu alguns números levantados por Dilma. Sobre o desemprego entre jovens de 18 a 24 anos, a taxa é mesmo de 13,7%, segundo a Pnad, tal como afirmou Miriam. Ou seja, 13,7% dos jovens nessa faixa etária que procuraram emprego não encontraram. A taxa, como afirmou Miriam, não registra aqueles que estudam e não procuraram trabalho. A presidente na entrevista havia rebatido o número afirmando que "temos a melhor taxa de desemprego, de 4,9%. Ninguém no mundo tem isso", disse. Dilma abriu a série de entrevistas ao Bom Dia Brasil com os candidatos à Presidência. Amanhã será a vez do tucano Aécio Neves.

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