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curitiba em 2017

Próximo prefeito herdará orçamento com fatia 35% menor para obras urbanas

Em quatro anos, Fruet reduziu o bolo orçamentário para a área de infraestrutura e aumentou a parte destinada à saúde e educação.

Rua esburacada em Curitiba, reflexo da redução da fatia orçamentária destinada à infraestrutura urbana em quatro anos. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Rua esburacada em Curitiba, reflexo da redução da fatia orçamentária destinada à infraestrutura urbana em quatro anos. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)

Quando Gustavo Fruet (PDT) assumiu a prefeitura de Curitiba, em 2013, seu primeiro ano de gestão foi feito com base no orçamento elaborado por Luciano Ducci (PSB), em 2012. O planejamento orçamentário para aquele ano previa que 28% das despesas municipais seriam destinadas à função urbanismo, que engloba, entre outros, os gastos com obras viárias, pavimentação, ciclovias e iluminação pública. Para o prefeito que assumir a cidade a partir do próximo dia 1.º de janeiro, Gustavo Fruet deixa um orçamento que prevê destinar 18% dos recursos a esse tipo de gasto; uma queda de 35% na fatia do orçamento destinada ao setor.

Confira as proporções de cada área no orçamento de 2013 e 2017

Uma das consequências mais óbvias deste corte de verbas foi a redução da pavimentação asfáltica nas vias da cidade. Nas consultas públicas realizadas pela prefeitura de Curitiba para a elaboração do orçamento, esse foi justamente o tema de maior demanda da população. De acordo com dados publicados nos relatórios de gestão da prefeitura, enquanto a gestão Richa/Ducci pavimentou, em média, 107 km de vias por ano, a média de Fruet é de 66 km anuais de vias – valor medido até setembro deste ano.

Para onde foi o dinheiro?

A queda nos investimentos em urbanismo não aconteceu em decorrência da redução do orçamento da cidade, mas sim pelo fato de a gestão de Fruet ter priorizado outras áreas da administração. Os gastos que mais ganharam espaço no orçamento na comparação entre as Leis Orçamentárias Anuais (LOAs) de 2013 e 2017 foram a gestão ambiental (142% a mais no bolo orçamentário); a previdência dos servidores (39%); educação (16%) e saúde (11%).

“A prioridade do prefeito Gustavo Fruet nesta primeira gestão foi claramente investir na questão social. Principalmente no que gente chama de capital social, a educação e a saúde”. Diz o secretário de Planejamento de Curitiba, Fábio Scatolin. Ele explica que como orçamento municipal não teve crescimento real ao longo da gestão Fruet, é inevitável que a priorização de determinadas áreas da gestão só seja possível em detrimento a outros gastos.

Segundo Scatolin, o plano da atual administração era expandir o gasto em infraestrutura urbana no segundo mandato. “As áreas de pavimentação e de mobilidade urbana deveriam novamente ter mais recursos. É claro que isso exigiria um rearranjo [do orçamento] ou novas formas de financiamento”, afirmou.

De acordo com o secretário de Planejamento, o principal motivo que levou a previdência municipal a ganhar mais espaço no orçamento público foi a Lei 12.821, de 2008, que instituiu aportes extras da prefeitura ao Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba. Segundo Scatolin, a norma previa aportes maiores a partir de 2012.

“A cada ano esses recursos vão consumir uma parte maior do orçamento”, diz o secretário.

Dívidas

As dívidas herdadas da gestão de Luciano Ducci deram o tom dos primeiros anos de mandato de Fruet. Se comparados os dados do fim do mandato de Ducci com o de Gustavo Fruet, as dívidas– tanto as de longo prazo como as de curto prazo – estão em posições similares. Ao fim de 2012, a dívida municipal equivalia a cerca de 20% do orçamento previsto para 2013. O valor atual das dívidas, apurado ao fim de agosto, também equivale aos mesmos 20% do orçamento previsto para 2017. O mérito da atual gestão, afirma Scatolin, foi o de não ter expandido essa dívida mesmo em um cenário de crise econômica, queda de receitas e crescimento da despesa atrelado a altos índices de inflação.

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