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O movimento neste domingo foi maior do que o registrado em março de 2015, quando segundo dados da PM, cerca de 40 mil pessoas participaram de manifestação contra o governo petista na capital federal. | Ed Ferreira/Folhapres
O movimento neste domingo foi maior do que o registrado em março de 2015, quando segundo dados da PM, cerca de 40 mil pessoas participaram de manifestação contra o governo petista na capital federal.| Foto: Ed Ferreira/Folhapres

A manifestação contra o governo Dilma Rousseff reuniu cerca de 100 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios neste domingo (13), segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal.

O movimento neste domingo foi maior do que o registrado em março de 2015, quando segundo dados da PM, cerca de 40 mil pessoas participaram de manifestação contra o governo petista na capital federal.

Depois de se concentrarem em frente ao Museu Nacional, no início da Esplanada, os manifestantes seguiram, a partir das 10h30, em marcha até o gramado do Congresso Nacional, um trajeto de cerca de 1,5 quilômetro. A manifestação foi encerrada pouco depois das 12h, quando os manifestantes cantaram o Hino Nacional.

Seis carros de som foram usados no evento, organizado por alguns grupos como MBL (Movimento Brasil Livre), Vem pra Rua e Revoltados Online.

A Polícia Militar montou um forte esquema de segurança próximo ao local de concentração. A pista do Eixo Monumental foi isolada por duas barreiras de policiais bem cedo. O mesmo esquema foi montado nas proximidades do Congresso. Policiais militares e integrantes da polícia legislativa fizeram um cordão de isolamento em frente à entrada principal da Câmara e do Senado.

Manifestantes que chegavam com mochilas e bolsas foram revistados na barreira policial montada ao redor da área de concentração.

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Pelo menos 400 municípios brasileiros têm atos convocados pelo movimento Vem pra Rua. A intenção é protestar contra a corrupção e demonstrar apoio à Operação Lava Jato

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A PM mobilizou 2.133 policiais para trabalharem durante a manifestação. Nenhum incidente foi registrado na capital federal até o fechamento desta reportagem.

Pixuleco

O já tradicional boneco Pixuleco foi montado em frente ao gramado do Congresso.

Antes do início da marcha, vendedores ambulantes circulavam em frente ao Museu Nacional. Alguns, como Alexandre Pinto de Souza, 37, vendiam miniaturas do Pixuleco por R$ 20. Segundo Souza, nos protestos em São Paulo ele vendeu muitos bonecos e esperava vender os 20 que trouxe neste domingo para Brasília.

Para o ambulante, é necessário protestar. “As coisas estão muito caras”, disse.

Alguns manifestantes venderam também camisetas com a imagem dos rostos do deputado federal Jair Bolsonaro, que participou da manifestação em Brasília, e do juiz federal Sergio Moro. Cada peça custava R$ 30 e foram produzidas pelo Movimento Liberdade Brasil.com.

Antes do início da marcha, o grupo já havia vendido 120 camisetas. O dinheiro será usado para bancar futuros protestos, segundo o organizador Fernando Souza.

A coordenadora do movimento #vemprarua, Manu Guido, estimou em 200 mil pessoas na Esplanada. Segundo ela, o movimento dará força para que a presidente Dilma Rousseff tenha consciência de que já não governa e renuncie ao cargo. “Mas não vamos parar no primeiro corrupto. O movimento continua para que todos os corruptos sejam investigados e presos”, disse.

Guido disse ainda que a próxima etapa dos protestos será forçar os congressistas a acelerar o processo de impeachment da petista.

Homenagem

Moro foi o grande homenageado pelos manifestantes em Brasília, com cartazes e aplausos quando seu nome era citado.

O médico José Machado, 59, trouxe para o gramado do Congresso a faixa “eu moro de amor pelo Brasil”, em alusão ao juiz de Curitiba (PR).

O servidor público Fábio Freitas, 51, fez um cartaz diferente, protestando contra o PT e o PSDB. “A corrupção está generalizada”, disse Freitas. Segundo ele, mesmo com forte oposição ao PT na manifestação, ele tem recebido apoio. “Toda hora me param para fazer fotos”.

Alguns políticos participaram da manifestação em Brasília. Além de Bolsonaro, o senador Álvaro Dias (PV-PR) também esteve na capital.

Autonomia

A ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal) aproveitou o protesto para coletar assinaturas a favor da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que dá autonomia à PF. Segundo o delegado Luciano Leiro, diretor regional, a instituição não foi para a Esplanada para defender o impeachment da presidente Dilma, mas para divulgar a proposta de autonomia da Polícia Federal.

“Não consigo ver a dimensão do movimento. O que importa é o que isso simboliza. Quem elegeu a presidente quer tirá-la do poder. As pessoas não querem esperar a eleição, mas tirá-la já. Hoje as instituições - Ministério Público e Polícia Federal - estão atuando para que a corrupção não seja a regra”, disse o senador.

Planalto

No final da manhã, integrantes do governo Dilma disseram à reportagem que as manifestações no país estavam “fortes”, como indicava o monitoramento feito pelo Palácio do Planalto nos últimos dias. A falta de confrontos, até agora, foi vista com alívio pelo governo petista.

A maior preocupação, dizem dois ministros que já falaram com a presidente neste domingo, é a manifestação em São Paulo, que acontecerá à tarde.

Se A marcha na Avenida Paulista for muito forte, diz um ministro, vai sinalizar para a presidente a necessidade urgente de fazer algo para escapar do impeachment.

Segundo um ministro ouvido pela reportagem, todos sabem das dificuldades, mas a presidente Dilma precisa se reinventar.

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