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Lula, Gleisi e Dilma durante evento de lançamento da candidatura petista no Paraná | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Lula, Gleisi e Dilma durante evento de lançamento da candidatura petista no Paraná| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Festival de inaugurações

Mais cedo, Dilma participou de um festival de inaugurações de obras em 10 cidades, inclusive Curitiba. Isso porque a partir do próximo sábado (5) a legislação eleitoral proíbe inaugurações por agentes públicos, o que acelerou o ritmo de entregas de obras. O evento aconteceu em Brasília, mas foi replicado por videoconferência nas demais cidades.

Em Curitiba, Dilma inaugurou 480 unidades do programa "Minha Casa, Minha Vida" no bairro Santa Cândida. A presidente aproveitou para lançar a terceira etapa do programa, com a previsão do lançamento de mais 3 milhões de moradias até o fim do governo.

Ainda hoje, em Foz do Iguaçu, a senadora Gleisi Hoffmann e o ministro dos Transportes Paulo Passos lançaram o contrato para construção da segunda ponte internacional sobre o Rio Paraná. Eles também lançaram um edital de licitação para revitalizar a Ponte da Amizade, entre Brasil e Paraguai.

Agenda privada da presidente

Laura Beal Bordin, especial para a Gazeta do Povo

A presidenta Dilma Rousseff (PT) chegou à Curitiba por volta das 15h45 no avião oficial da presidência e deixou o Aeroporto Afonso Pena logo depois, numa comitiva sem escolta oficial dos batedores das polícias federal, militar e guarda municipal.

De acordo com a assessoria de comunicação da Presidência, Dilma cumpria agenda privada na capital e nenhuma informação foi divulgada. Ainda de acordo com a assessoria de comunicação, os gastos com combustível do avião oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) foram custeados pelo PT, uma vez que o evento é particular.

Aliados

Haroldo Ferreira (PDT), Ricardo Gomyde (PCdoB) e Pastor Edson Praczyk (PRB) discursaram em nome dos aliados no início do evento. Ferreira disse que vai botar o Paraná em sintonia com os projetos do governo federal e falou sobre a "situação caótica" das finanças do estado. Ele citou Álvaro Dias (PSDB) como uma das "vozes mais ácidas contra o progresso". Os dois irão disputar juntos a vaga no Senado. Por fim, alfinetou Marcelo Almeida, candidato pelo PMDB. "Eu não sou candidato de empreiteira e nem do pedágio". Almeida é herdeira da construtora CR Almeida.

Com uma série de críticas ao governo estadual, o encontro do PT em Curitiba reuniu, na noite desta quinta-feira (3), a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e boa parte da alta cúpula petista e base aliada para apoiar a candidatura da senadora Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. O encontro aconteceu no Teatro Positivo, no bairro Campo Comprido, que está com a plateia lotada de militantes do PT.

Logo no início do discurso, Dilma atacou, sem citar nomes, o governador Beto Richa (PSDB) – que vem declarando que o Paraná seria preterido pelo governo federal, principalmente pela demora na liberação de empréstimos solicitados pelo estado. "O Paraná nunca foi discriminado pelo governo federal, porque pra mim os interesses do povo de qualquer estado estão acima de questões partidárias", disse a presidente.

Dilma afirmou que o Paraná recebeu R$ 47 bilhões em recursos do governo federal nos últimos 12 anos, desde o início do governo Lula. "Não creio que em outros momentos do passado outros governos investiram tanto", alfinetou. Ela citou a destinação de recursos recentes para o estado em projetos de mobilidade social e em bandeiras do partido como o Bolsa Família e Mais Médicos.

Gleisi, em sua fala, também criticou a atual gestão do estado, dizendo que "o Paraná não quer uma gestão que confunde choque de gestão com caos financeiro". Ela sinalizou que tem o apoio do governo federal, mais que outras chapas. "Temos o compromisso da Dilma para nos amparar e nos assistir. Governaremos juntas a partir de 2015".

Em entrevista aos jornalistas, Gleisi garantiu que "não ficaram feridas abertas" sobre o impasse com o PDT na definição de sua chapa. Ela também reclamou das propagandas da Copel, que falam sobre o aumento na tarifa de energia e responsabilizam a Aneel. "O governo estadual está usando as propagandas da Copel para disseminar mentiras", disse.

Retomando a antiga rivalidade entre PT e PSDB, Dilma fez um longo discurso sobre o partido adversário, lembrando de fatos que remontam à época de Fernando Henrique Cardoso na presidência. "Os nossos adversários andam espalhando muitas inverdades ao nosso respeito. A nossa proposta é só fazer o contrário a respeito deles: só falar a verdade. Vamos lembrar o que eles produziram enquanto estiveram no governo. Produziram recessão, desemprego, redução da renda e achatamento salarial. Eles produziram isso não porque são maus, mas porque se submeteram ao modelo de gestão proposto pelo capital financeiro", disse.

A presidente encerrou o discurso desejando boa sorte para a seleção brasileira no jogo desta sexta-feira (4), contra a Colômbia. E aproveitou para criticar quem "joga contra". "Estamos dando uma lição a quem tem complexo de vira-latas, a quem previu o caos e torcia pelo pior. Eles estão sendo silenciados pela Copa das Copas", afirmou.Lula

Último a falar, Lula continuou o discurso habitual de comparar o Brasil de agora com o de 2002, quando assumiu a presidência pela primeira vez. "Antes de assumirmos o governo, pobre só entrava em banco pra fazer limpeza. Hoje mais 50 milhões de brasileiros fizeram conta em banco", citou como exemplo, entre outras situações relacionadas à melhoria de vida da população mais pobre.

"Quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta de luxo. É por isso que eu sou o mais bem-vestido aqui hoje", afirmou.

O ex-presidente criticou o "complexo de vira-lata" da elite brasileira. "Toda vez que os pobres começam a chamar a atenção, alguém fica incomodado. Onde já se viu pobre andar de avião? Tem que andar de pau-de-arara, como o Lula", disse.

Gleisi subiu ao palco ao lado de Lula e Dilma, que a aplaudiram. Além dos três, o palco ficou lotado de aliados: o candidato a vice na chapa da Gleisi, Haroldo Ferreira (PDT), o candidato a senador na mesma chapa, Ricardo Gomyde (PC do B), o presidente nacional do PT, Rui Falcão, os ministros Aloísio Mercadante (Casa Civil), José Henrique Paim (Educação), Paulo Bernardo (Comunicações) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), além de Osmar Dias (PDT), o presidente da Itaipu Binacional Jorge Samek e os representantes de movimentos sindicais e de estudantes.

Em vários discursos na noite hoje foi destacada a questão de se realizar um abaixo-assinado, pelos militantes, para um plebiscito para a reforma política. Um movimento nacional pretende realizar o plebiscito entre 1º e 7 de setembro, perguntando se a população é a favor de uma constituinte para deliberar sobre o sistema político brasileiro.

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