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A Polícia Federal (PF) de Curitiba instaurou nesta quarta-feira (24) um inquérito para investigar as denúncias de irregularidades na Assembleia Legislativa do Paraná. A série de reportagens Diários Secretos produzida pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPC-TV mostrou várias denúncias de desvio de dinheiro público, inclusive pessoas sendo usadas como laranjas para receber dinheiro da Assembleia sem nunca terem trabalhado na Casa de Leis.

Segundo a assessoria de imprensa da PF, o inquérito foi instaurado para apurar os supostos crimes contra a ordem tributária denunciados pela série de reportagens. Estes supostos crimes teriam sido cometidos contra a União, por isso a entrada dos federais. A investigação recebeu apoio da direção-geral da PF em Brasília.

Investigação

A assessoria de imprensa da Polícia Federal (PF) informou na tarde desta quarta-feira (23) que o delegado Nilson Antunes da Silva irá comandar as investigações sobre as irregularidades da Assembleia. Silva chefia a unidade que apura crimes contra a fazenda pública –Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz).

Entre outros casos, Silva comandou as investigações sobre falsificação de dinheiro no Paraná, que foi denominada Operação Moeda Falsa. O delegado também esteve à frente do inquérito sobre irregularidades da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

A PF afirmou também que o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná já foi comunicado sobre o início das investigações. Caberá ao MPF indicar um procurador da República para acompanhar o trabalho da PF.

PF no caso da Assembleia

O deputado federal paranaense Dr. Rosinha (PT) havia pedido na semana passada que a PF entrasse no caso e investigasse as irregularidades. Além do trabalho da PF, seis promotores de Proteção ao Patrimônio Público e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também investigam as irregularidades da Assembleia, por supostos crimes cometidos no âmbito estadual.

Além do parlamentar, os estudantes que protestaram em frente à Assembleia na terça-feira (23) também pediram que a PF entrasse no caso.

Afastamentos

Após virem à tona as denúncias na Assembleia, dois diretores da Casa se afastaram dos cargos. O primeiro foi o diretor-geral Abib Miguel, o Bibinho, que pediu afastamento no dia 18 de março. Ele é acusado de ter montado uma rede de apadrinhados dentro da Assembleia para supostamente desviar dinheiro público.

Bibinho prestou depoimento na tarde de terça-feira (23) no Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público e à Ordem Tributária, do Ministério Público do Paraná (MP), mas não respondeu a nenhuma pergunta feita pelos promotores, alegando ter o direito de manter-se calado e de só responder aos questionamentos na Justiça.

Bibinho foi diretor-geral da Assembleia durante mais de 20 anos. Segundo as denúncias ele teria montado uma rede de pelo menos 20 pessoas que estão ou já passaram pelo Legislativo e que recebem ou receberam salários da Casa.

O segundo diretor que pediu afastamento do cargo foi José Ary Nassiff, que era diretor administrativo da Assembleia. Considerado o braço-direito de Abib Miguel, Nassiff também era sócio do ex-diretor geral da Assembleia. Além disso, a diretoria administrativa, gabinete comandado por Nassiff, foi o segundo departamento que mais fez contratações na casa entre 2006 e 2008. Foram 177 admissões e 28 demissões – um saldo positivo de 149 servidores.

Substitutos

Na sessão de terça-feira o presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM), nomeou os diretores substitutos. O atual diretor-financeiro da Assembleia, Willians Rolando Romanzini, passará a acumular também o cargo de diretor-administrativo. Já Eron Abbud substituirá Abib Miguel no cargo de diretor-geral da Casa. Durante a tarde de terça estudantes realizaram protestos em frente à Assembleia cobrando explicações e investigações sobre as denúncias.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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