Ex-deputado do Paraná é acusado de chefiar a máfia do jogo no Brasil

• 0

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (5) o ex-deputado estadual do Paraná Nilton Cezar Servo, acusado de comandar a "máfia dos caça-níqueis" no Brasil, e seu filho, Victor Emanuel Servo. Os dois foram presos em Uberlândia (MG).

Nilton Cezar Servo é apontado como um dos líderes da quadrilha e o filho, Vitor Emanuel, seria o gerente operacional. A informação de que eles estavam no Triângulo Mineiro foi passada pela Polícia Federal de Mato Grosso do Sul. Nilton Cezar alegou que ia visitar um amigo na região.

Chefe

Segundo a PF, Nilton Servo seria o chefe de cinco grupos diferentes de empresários de casas de bingos, que participavam da distribuição de propinas. Até agora, setenta e nove pessoas já foram presas na operação batizada de Xeque-Mate.

"A gente conseguiu identificar cinco grupos criminosos que atuavam no jogo de azar. Grupos concorrentes, mas, em alguns momentos, inclusive no pagamento de propinas, eles se aliavam para fazer acertos, por exemplo, com policiais", disse Alexandre Custódio, coordenador das investigações.

Nilton Servo deve ser indiciado, segundo o delegado da PF, Sérgio Murilo de Lima. A polícia ainda não definiu se os presos vão ainda hoje para o presídio Jacy de Assis, em Uberlândia, ou irão direto para Mato Grosso do Sul, onde responderão por crimes identificados pela operação Xeque-Mate desencadeada na segunda-feira em seis estados.

Amigos

Com a prisão do ex-deputado e do filho dele, a Polícia Federal agora vai tentar descobrir se há alguma ligação entre Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Lula, com a operação Xeque-Mate. Vavá é amigo de Nilton Cezar.

O empresário também é amigo de Dario Morelli Filho, outro preso na Operação Xeque-Mate sob a acusação de explorar ilegalmente máquinas caça-níqueis na Baixada Santista.

"O Nilton Cezar e o Morelli são amigos, mas isso não quer dizer algo criminoso. O Morelli negou tudo em seu depoimento hoje (terça-feira) pela manhã, inclusive telefonemas comprometedores entre os três", afirmou Milton Fernando Talzi, advogado de Morelli.