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A ex-funcionária da Câmara Municipal de CuritibaKátia Rosana Curtis de Mello decidiu que não dará prosseguimento ao processo em que acusa o vereador Professor Galdino (sem partido) de assédio sexual. A denúncia, feita no dia 17 de março, levou o Partido Verde (PV) a expulsá-lo da legenda e a protocolar no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR)o pedido de afastamento da Câmara Municipal.

Kátia e Galdino compareceram na tarde de segunda-feira (8) à primeira audiência de conciliação do processo que investigaria o parlamentar. Com a retirada da denúncia, o processo foi arquivado pelo 4º Juizado Especial Criminal de Curitiba. Procurada pela reportagem, Kátia preferiu informar o motivo da desistência da denúncia por meio da assessoria de imprensa do PV, ao qual ainda é filiada. "Não retiro uma palavra do que eu disse até agora sobre o vereador. Encerro o processo porque quero seguir minha vida, com minha família. Não quero mais passar pela exposição pública que tenho passado", afirmou, segundo informou o partido.

O vereador encarou a desistência como indício de inveracidade na denúncia. "A atitude da Kátia apenas reforça nossa suspeita de que tenha sido usada para me prejudicar politicamente. Deixo agora o caso na mão dos meus advogados, para que avaliem os procedimentos legais para que a verdade seja restabelecida", declarou Galdino, em nota enviada à imprensa.

O assédio teria ocorrido em dezembro de 2008. Kátia, porém, só registrou boletim de ocorrência contra o vereador em março. A ex-funcionária disse que resolveu fazer a denúncia três meses depois da ocorrência por ter ficado sabendo de outros casos de assédio que teriam envolvido o parlamentar. Segundo relatou Kátia em março, Galdino fazia brincadeiras e gestos com conotações sexuais para ela. A então funcionária da Câmara teria pedido para sair do emprego, mas ele não teria aceitado o afastamento. "Ele me ofereceu um salário de R$ 5 mil para ficar, mas eu não quis", afirmou, na época.

Expulsão

Galdino foi expulso do PV no dia 17 de março, acusado de caixa dois (recebimento de recursos não contabilizados oficialmente) e assédio sexual contra Kátia. Em virtude da desfiliação da legenda, no dia 17 de abril o PV entrou com pedido de cassação de mandato contra o vereador, com base na regra da fidelidade partidária, solicitando a cadeira de Galdino para o partido.

Para o vereador, o partido apresentou a denúncia de assédio para tirar o foco da discussão sobre a exoneração de dois funcionários indicados pelo PV para seu gabinete, mas que trabalhavam para a estrutura do partido.

No início de fevereiro, Galdino exonerou o líder do PV Jovem Raphael Rolim e a telefonista Rosana Souza, ambos indicados pelo partido. Segundo o vereador, nenhum dos dois ia trabalhar no gabinete e por isso foram exonerados. Rosana e Rolim eram pagos pela Câmara, mas prestavam serviços para o partido, como confirmou o próprio presidente da legenda, Melo Viana. Segundo o estatuto do PV, um quinto das vagas de um gabinete do político do partido deve ser ocupado por indicações da legenda.

Mesmo com a retirada da denúncia de abuso sexual contra Galdino, o PV afirma que mantém o pedido de afastamento do vereador da Câmara Municipal junto ao TRE-PR. A assessoria de imprensa do partido lembra que Galdino é acusado ainda de irregularidade na prestação de contas e de descumprimento do estatuto do PV.

O julgamento do pedido de afastamento do vereador deve ocorrer até o dia 17 de junho, de acordo com o TRE-PR.

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