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Mensalão

Ex-presidente FHC diz que Lula deveria se pronunciar

Tucano diz que presidente deveria repudiar suposto esquema denunciado pelo MP que será julgado pelo STF. Mais cedo, Jefferson chamou Lula de "Ali Babá"

A maranhense mantém o estilo dor de cotovelo antenada com as novidades | Arquivo Gazeta do Povo
A maranhense mantém o estilo dor de cotovelo antenada com as novidades (Foto: Arquivo Gazeta do Povo)

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, nesta quarta-feira, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode "fazer de conta" que a abertura de ação penal contra os 40 denunciados no esquema do mensalão , "não é com ele".

- É com ele sim. Não estou dizendo que ele seja responsável, mas, enquanto ele vier a público, e não repudiar a ação dos mensaleiros, dá a sensação que está conivente, ou leniente, para usar uma expressão mais branda - disse Fernando Henrique, durante debate em São Paulo sobre a necessidade de se implantar o voto distrital no país, em declaração reproduzida no site do PSDB.

O presidente Lula tem dito que vai aguardar o fim do processo para se manifestar sobre o assunto. O minstro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência, por sua vez, afirmou que o governo não está em julgamento e que os eleitores já 0 julgaram politicamente, ao conceder a Lula um segundo mandato.

Mais cedo, em entrevista à Rádio CBN, o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), um dos 40 réus no processo do mensalão, disse que faltou coragem ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para denunciar o presidente Lula acusado por ele de ser "Ali Babá, chefe dos 40 ladrões".

Outro acusado, o ex-presidente do PT e deputado José Genoino (PT-SP) se defendeu nesta quarta, no plenário da Câmara. Genoino disse que não pertenceu a nenhuma organização criminosa, como diz a denúncia, e que, após 24 anos de vida parlamentar, seu patrimônio se resume a uma casa numa área popular de São Paulo. Ele também protestou contra a acusação de corrupção ativa e formação de quadrilha.

- Meu patrimônio é o mesmo há 24 anos. Minha família mora em situação de dificuldade. Não posso aceitar denúncia de corrupção ativa e muito menos denúncia de integrar quadrilha. Participei, sim, da direção do partido, mas ela não era quadrilha nem associação criminosa.

Genoino disse ter confiança de que a verdade virá à tona no decorrer do processo.

- Não estamos condenados, mas a cobertura do fato em determinados veículos apresenta-nos como tal. Foi recebida a denúncia e, na condição de réu, vou defender-me de cabeça erguida e com a consciência tranqüila.

A decisão dos ministros foi recebida ainda na terça com elogios por parlamentares da oposição , enquanto o petista Aloisio Mercadante afirmou que é um momento difícil para o PT.

Dulci: Governo não está em julgamento

Primeiro ministro petista a se manifestar sobre a decisão do STF, Dulci não quis comentar os casos de ex-integrantes do governo, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, processado por corrupção ativa e formação de quadrilha, e o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Luiz Gushiken, acusado de peculato. Para ele, os que se tornaram réus terão o direito de se defender no julgamento.

- Isso não tem nada a ver com o governo. A decisão do Supremo é de abrir processo contra pessoas individuais. Não tem nada a ver com o governo. O governo, repito, recebeu das urnas. O presidente foi reeleito de um modo consagrador. Todos esses assuntos foram tratados na campanha de maneira intensa, sistemática, pelas oposições, que aliás estavam exercendo seu direito. O que o governo vai fazer é cumprir o mandato popular, continuar governando para tornar o país cada vez mais justo - disse.

Dulci defendeu que o tema "mensalão" não seja tratado durante o 3º Congresso do PT, que acontece a partir de sexta-feira.

- É compreensível que a oposição queira impor a sua pauta ao PT, mas é compreensível também, e desejável, que o PT discuta os problemas que interessam à maioria da população, que são condições de vida, qualidade de vida, inclusão social, geração de emprego. Estes são os problemas que interessam à população - afirmou.

Procurador-geral trabalhará para levantar mais provas

O procurador-geral disse que trabalhará agora para reforçar as provas contra os 40 acusados. Enquanto isso, os advogados dos réus têm pressa e prometem não retardar o andamento do processo, na esperança de seus clientes serem absolvidos por falta de provas.

- A preocupação do Ministério Público é reforçar os dados probatórios que já constam dos autos relativamente a tudo que foi afirmado - disse o procurador-geral, ao ser indagado se achava possível provar a existência do mensalão.

O procurador-geral não arriscou prognóstico quanto à duração do processo, em que serão ouvidos os 40 réus e as testemunhas de defesa e as de acusação.

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