O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou ontem pela primeira vez sobre a Operação Porto Seguro e disse à reportagem que a investigação não o surpreendeu. "Não, eu não fiquei surpreso", disse o ex-presidente ao ser questionado pela reportagem num congresso de sindicalistas em Berlim, capital da Alemanha.
Após a declaração, a assessoria de Lula disse que ele não sabia da operação antes de ser deflagrada. Lula, porém, se negou a explicar o que quis dizer com a resposta e ficou em silêncio em perguntas posteriores sobre a participação de Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe do escritório paulista da Presidência, no suposto esquema de corrupção. Rosemary foi indicada para o cargo por Lula, com quem tem uma relação de proximidade. A presidente Dilma Rousseff manteve-a no cargo até a deflagração da Operação Porto Seguro, na qual ela é investigada por tráfico de influência.
Discurso
Em palestra a 400 participantes de conferência alemã de sindicalistas, Lula fez uma menção à sua mulher Marisa: "O primeiro dia que fui dormir no palácio, ficava perguntando para a minha mulher: será que é verdade? Isto aqui não é para a gente". No discurso de quase uma hora e meia, em que foi aplaudido nove vezes, Lula disse ter relutado em candidatar-se à reeleição, mas as circunstâncias quase que o obrigaram a ser candidato.
Hoje e no domingo Lula dará palestras em Doha, no Catar. Na semana que vem vai a Paris (França) para seminário sobre a crise com Dilma Rousseff e o premiê francês François Hollande. Ele termina a viagem em Barcelona (Espanha), onde receberá um prêmio do governo da Catalunha.
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