Falta de participação afeta a democracia

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A democracia não está tendo avanços significativos no mundo – e boa parcela de culpa é da falta de participação da sociedade. A avaliação é da Unidade de Inteligência da revista britânica The Economist, que publicou no ano passado a segunda edição do Índice de Democracia.

O estudo, cujo objetivo é mostrar o quanto cada país é democrático, foi criado em 2006. De acordo com o relatório de 2008, ao se comparar os dados dos dois levantamentos, conclui-se que houve poucas mudanças nos regimes políticos dos países entre os períodos analisados.

Segundo a pesquisa, embora não tenha sido detectada uma tendência de retração da democracia, há pouca percepção de que houve uma melhora nos últimos anos. O Brasil, por exemplo, manteve a mesma nota de quando o estudo foi realizado pela primeira vez – 7,38. Em 2006, porém, o Estado brasileiro ocupava a 42ª posição. Agora, o país ocupa a 41ª (leia mais na página 20).

Vários são os motivos apontados pelo relatório para a estagnação das democracias. O primeiro deles é a baixa cultura de democracia existente, o que impede avanços substanciais nos índices. Isso porque o conceito de democracia usado pela Economist leva em consideração aspectos mais amplos que somente o voto: a participação política da população e os níveis de confiança nas instituições são itens importantes para avaliar se uma sociedade é democrática.

Outro fator apontado é o impacto da crise econômica em muitos países emergentes, que acabam sendo atraídos pelo modelo chinês de capitalismo autoritário. O estudo afirma também que em democracias não consolidadas, os problemas econômicos têm como consequência interromper o processo de democratização.

Método

O índice da Economist leva em consideração cinco critérios – processo eleitoral, funcionamento do governo, participação política, cultura política e liberdades civis. Com base em um questionário de 60 indicadores, a Economist avaliou regimes políticos de 167 Estados e divulgou um relatório em outubro do ano passado. A partir dessa avaliação, a pesquisa indicou se o país analisado era uma democracia plena (média entre 8 e 10), democracia falha (entre 7,9 e 6), regime híbrido (entre 5,9 e 4) ou regime autoritário (abaixo de 4).