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Benjamin Bogo, um dos fundadores do MEP: “Estamos tentando reerguer o grupo. Hoje, seis pessoas participam | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Benjamin Bogo, um dos fundadores do MEP: “Estamos tentando reerguer o grupo. Hoje, seis pessoas participam| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Embora 46% dos curitibanos mostrem interesse em participar voluntariamente de projetos com o objetivo de fiscalizar as ações do Legislativo, segundo aponta o levantamento da Paraná Pesquisas, o Movimento pela Ética na Política (MEP) passa por uma crise ocasionada justamente por falta de cidadãos interessados.

No auge das suas atividades, o grupo acompanhava diariamente as sessões da Câmara Municipal de Curitiba e chegou a montar um relatório anual sobre a atuação dos vereadores. Isso foi em 2005, quando contava com cerca de 30 voluntários. Nos últimos anos, o grupo se esvaziou e as atividades ficaram praticamente paralisadas entre 2007 e 2008.

"O MEP está passando por uma crise de participação, muitos começam e logo desistem. Mas nós estamos tentando reerguer o grupo. Hoje, seis pessoas participam", comenta o aposentado Benjamin Bogo, um dos fundadores do movimento. "Acho que a sociedade está vivendo um momento muito individualista e isso se reflete no desinteresse das pessoas pelo trabalho dos políticos".

A ONG tem buscado outros meios de acompanhamento das atividades do Legislativo municipal, já que a maior dificuldade é conseguir pessoas que possam assistir às sessões da Câmara, realizadas à tarde. Segundo o levantamento, 88% dos curitibanos nunca acompanharam uma sessão da Câmara ou mesmo da Assembleia Legislativa.

Sucesso em SP

Felizmente, não são todos os casos de iniciativas de fiscalização popular que capengam por falta de participação. Em Ribeirão Bonito, no interior de São Paulo, um grupo mostrou a força que a iniciativa popular tem. O trabalho da Associação de Amigos de Ribeirão Bonito (Amarribo) conseguiu derrubar dois prefeitos e cinco vereadores da cidade devido a acusações de corrupção e improbidade administrativa.

"No começo, o objetivo era valorizar e desenvolver a cidade. Mas começamos a perceber que só iríamos conseguir isso se fossem corrigidas as irregularidades. Não vou dizer que foi fácil. Quando a gente começou a trabalhar a questão de combate à corrupção, muitas pessoas se afastaram", conta Lizete Verillo, diretora de Combate à Corrupção da associação.

Para contar com o apoio da população, o grupo ia para a praça da cidade mostrar os documentos que comprovavam os desvios. "Nós mostrávamos para as pessoas como aqueles atos mexiam com a vida delas. Influenciava na merenda escolar de baixa qualidade dos seus filhos, no atendimento ruim no posto de saúde. Com isso, começamos a ganhar apoio", diz.

Serviço:

MEP: (41) 3329-6762 ou (41) 3266-3910Amarribo: www.amarribo.org.br

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