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A falta de recursos estaria atrapalhando as investigações sobre o caso da universitária Priscila Belfort, que desapareceu em janeiro de 2004. A Polícia Civil do Rio não teria material para fazer o exame de DNA num crânio encontrado nas proximidades de um sítio no município de São Gonçalo, na região metropolitana. Os investigadores gostariam de saber se o crânio perfurado a bala é de Priscila.

A Secretaria estadual de Segurança Pública contesta a informação de que não disporia de recursos para o exame. O delegado Anestor Magalhães, titular da 75ª. DP (Rio Douro, São Gonçalo), responsável pelo inquérito, considera que "o exame de DNA é fundamental".

Magalhães determinou que o sítio fosse vasculhado, num trabalho que contou com o apoio da PM. Usando uma retroescavadeira, os policiais encontraram, no dia 11 de agosto, alguns ossos enterrados e ficaram sabendo que um catador de lixo vendera o crânio para um professor de informática por R$ 50.

O professor Adacyr Barbosa contou que aceitara a sugestão de usar o crânio como adorno de moto, mas foi duramente criticado por sua então mulher. Ele disse à polícia que isso pode ter contribuído para a sua separação e acrescentou que jogara o crânio fora.

Uma ligação para o Disque-Denúncia permitiu à polícia encontrar o outro crânio nas imediações do sítio - e este que depende do exame de DNA.

Sigilo telefônico

O titular da 75ª. DP se queixa de outra dificuldade no trabalho policial. Embora tenha autorização judicial para quebrar o sigilo telefônico da suspeita Elaine da Silva Paiva, que, em depoimento ao Ministério Público, confessou ter participado do seqüestro e morte de Priscila, nada pode fazer. A operadora de telefonia celular não forneceu as informações que ele necessita.

Além de Elaine, três outros suspeitos de co-autoria também estão presos: um auxiliar de enfermagem, um segurança e um policial militar, todos envolvidos pela confissão de Elaine.

No seu depoimento, Elaine disse que Priscila, que, na época do desaparecimento tinha 29 anos, era secretária da Prefeitura do Rio e sofria de transtorno bipolar – distúrbio que faz com que a pessoa alterne momentos de euforia e depressão -, foi morta porque um namorado dela teria uma dívida de R$ 9 mil com traficantes.

Mãe de Priscila e do lutador de vale-tudo Vitor Belfort, D. Jovita Vieira tem dito que não acredita na confissão de Elaine Paiva porque mantém a esperança de que a filha esteja viva. Mas ela gostaria que o trabalho da polícia fosse apoiado: "Eu acho que a gente pode perguntar: quanto vale uma vida?".

Para o irmão Vítor Belfort, o caso deveria merecer mais atenção das autoridades: "Um delegado resolvendo um caso tão sério, que envolve uma morte, um seqüestro, é prioridade", afirma.

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