Filhos do vice-prefeito são suspeitos de participar de fraude

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu nove mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (25) em Cascavel, um deles na casa do vice-prefeito e secretário de Obras do município, Maurício Querino Theodoro (PSDB). Também foram apreendidos documentos na prefeitura, em empresas e na sede da secretaria. A suspeita é de que dois filhos de Theodoro usaram uma empresa de fachada para vencer uma licitação para a contratação de assistência técnica para equipamentos de telefonia e informática pela prefeitura.

A lei proíbe que pessoas com grau de parentesco com ocupantes de cargos públicos sejam fornecedores da prefeitura. Assim, a suspeita é de que a suposta empresa de fachada tenha sido usado para que os filhos do secretário ganhassem a licitação.

Os filhos são sócios da empresa IP Com. E a empresa que venceu a concorrência é a J.P.F Telecomunicações, pertencente a um funcionário da IP Com, Aristides Januário Pereira Filho. Segundo o Gaeco, o endereço da empresa é o mesmo da residência de Pereira Filho e não há nada que caracterize a existência de que há atividades empresariais no local.

O proprietário da empresa foi ouvido pelo Gaeco e disse que seu horário como funcionário na IP Com era flexível, o que possibilitava que ele trabalhasse também na empresa que mantém em seu nome. Ele também confirmou que para exercer o trabalho em sua empresa usava o mesmo carro da firma onde era funcionário.

O vice-prefeito prestou depoimento ao Gaeco e afirmou desconhece a J.P.F. “Parece que tem uma empresa que tem um vínculo com a prefeitura, mas eu não tenho nenhum vínculo com ela”, disse. Theodoro enfatizou que acredita que houve um mal entendido e afirmou que está a disposição para prestar esclarecimentos. A prefeitura informou que cumpre a Lei das Licitações.

O vice-prefeito Maurício Theodoro é casado com a irmã da esposa do empresário Luiz Abi, primo distante do governador Beto Richa. Abi é investigado por suspeita de participar do esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná. Antes de ser vice, Theodoro foi diretor da Ferroeste, empresa do governo estadual, nomeado por Richa.