Eduardo Gaievski foi condenado em sete processos| Foto: ALLAN COSTA PINTO/ Tribuna

O ex-prefeito de Realeza e ex-assessor da Casa Civil do governo federal, Eduardo Gaievski, foi absolvido nesta semana em um dos casos que responde por estupro de vulnerável. O ex-prefeito já foi condenado em outros sete processos desmembrados em primeira instância.

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Neste processo, Gaievski era acusado de manter relações sexuais por pelo menos 15 vezes com uma adolescente de 13 anos. De acordo com o juiz Carlos Gregório Bezerra Guerra, que assina a sentença, “a materialidade e autoria delitiva não restou demonstrada de modo irretorquível e inabalável”.

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Na decisão, o juiz transcreve um trecho do depoimento dado pela adolescente em juízo, em que ela afirma que foi paga para dizer que manteve relações sexuais com Gaievski. “Não é verdade. Me deram dinheiro para eu falar isso, em 2010”, disse a testemunha. Ela afirmou perante o juiz que recebeu R$ 150 para mentir.

O juiz também considera que a amiga da vítima, ouvida em juízo, “não precisou datas ou menos fez referência a eventos que permitissem presumir um marco temporal seguro”. “Não estou convencido. Não há como condenar uma pessoa partindo de contextos vagos e frágeis”, argumenta o juiz na sentença.

Guerra também menciona em sua decisão a grande repercussão que o caso ganhou na mídia, e afirma que isso não deve influenciar no julgamento. “Caso assim o fosse, nos transportaríamos em espaço-tempo à Roma Antiga, ao clamoroso Circus Maximus, onde o Gladiador de lâmina em riste no pescoço do vencido aguarda expectante o gesto do polegar do Imperador, este condicionado tão-somente às gritarias e apupos efusivos sanguissedentos do povo”, diz o juiz.

Defesa

O advogado de Gaievski, Samir Mattar Assad, disse estar satisfeito com a absolvição do cliente. “É uma reviravolta no caso. Nós entendemos que é um divisor de águas, porque ele foi absolvido no processo principal. Essa absolvição tem elementos que vão se comunicar com as demais [condenações]”, afirma Assad, que diz acreditar que as demais condenações serão anuladas.

Assad também espera que, por causa da absolvição, Gaievski deve deixar a prisão. “A prisão dele foi decretada e mantida nesse processo que agora ele foi absolvido”, argumenta o advogado.

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Entenda o caso

Gaievski foi preso em agosto de 2013 e responde a 17 denúncias por estupro de vulnerável (menores de 14 anos), estupro e assédio sexual, entre 2008 e 2009.

Segundo o advogado de três das vítimas, Natalício Farias, as adolescentes relataram que recebiam entre R$ 150 e R$ 200 por “programa”. Uma delas disse que teve que sair três vezes com o ex-prefeito para que conseguisse um emprego no município.

O caso foi desmembrado pela Justiça e o ex-prefeito já acumula outras condenações nos processos desmembrados.

Em outubro de 2013, o filho e um advogado foram presos por suposta coação de testemunhas.