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O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), foram vaiados nesta terça-feira (2) durante o cortejo da festa do Dois de Julho, tradicional termômetro da popularidade dos políticos locais, que reuniu mais de 60 mil pessoas nas ruas do centro da capital, segundo a Polícia Militar. Feriado estadual, a data representa a chamada Independência da Bahia, quando os portugueses foram finalmente expulsos do país, quase um ano após o Sete de Setembro de 1822 - a Independência do Brasil.

Sempre palco de reivindicações da população, o evento desta vez contou com manifestantes do Movimento Passe Livre e registrou protestos por todo o percurso de cerca de quatro horas. Não houve confronto com a PM.

Há quase sete anos no cargo, Wagner foi o mais criticado, com direito a gritos de "traidor" e "volte para o Rio" - ele é carioca de nascimento. "Aqui na Bahia o Dois de Julho sempre teve essa característica. Muito menos que um desfile oficial, sempre foi algo popular. Então, é próprio dele o protesto, o apupo, as faixas. Isso, para mim, é absolutamente normal", disse à reportagem o governador.

ACM Neto também não escapou de manifestações críticas. Em certo momento, alguns de seus seguranças chegaram a ser ríspidos com quatro pessoas que se aproximaram para pedir a redução da tarifa de ônibus.

Salvador é uma das capitais brasileiras que não promoveu reajuste da passagem em 2013. Mesmo assim, o Movimento Passe Livre diz que houve desonerações do governo federal que "obrigariam" a prefeitura a diminuir a tarifa.A caminhada foi marcada por empurra-empurra, inclusive nos espaços ocupados pelos políticos, devido à grande quantidade de gente em ruas estreitas da cidade.

Para tentar contornar as vaias, correligionários batiam palmas e cantavam "viva o Dois de Julho".Houve distribuição de camisas e até bandeiras dos mais diversos partidos.Pré-candidato ao governo da Bahia, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, presidente do PMDB local, também virou alvo do público.

No ano em que o Dois de Julho completa 190 anos, a presidente Dilma Rousseff decretou que a data passa a ter caráter nacional.

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